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Na sentença, que é passível de recurso, o magistrado afirma que a intenção da cantora não foi insultar, mas sim criticar a actuação da autarca, algo que está ao abrigo «do direito fundamental a expressar e difundir livremente pensamentos, ideias e opiniões através a palavra, o escrito ou qualquer outro meio de reprodução».
É evidente, diz o juiz, que o rap criado representa «uma fortíssima crítica» à queixosa e que a letra contém «expressões pejorativas e insolentes (mujer florero, cabeza de chorlito, bruja mala, amargada, mala mujer, vestal acomodada) e até violentamente descritivas (partirte el útero), mas as ditas expressões, além de não serem per se injuriosas no sentido jurídico-penal do termo, também não surgem como manifestamente desnecessárias para expressar a opinião da acusada na forma popular e ordinária», tal como indicou no seu depoimento, escolhida por ela para se expressar.
Outras expressões contidas no rap, prossegue o juiz, seriam, «noutro contexto e proferidas sozinhas, claramente injuriosas», mas no caso analisado não o são, ao não existir vontade de injuriar. Segundo afirma o magistrado, as manifestações contidas na letra «aparecem num contexto claramente político».
Fonte: ateakireki.com