sábado, 15 de outubro de 2011

A esquerda abertzale divulga entre as suas bases os princípios que norteiam os passos futuros

Dois anos depois de «Zutik Euskal Herria», a esquerda abertzale divulgou entre as suas bases um documento chamado «Zutik Euskal Herria zehazten», no qual se faz o balanço destes últimos meses, se analisa a situação actual e se destacam os instrumentos e as possibilidades para continuar a avançar, tendo a independência como objectivo final. De um modo geral, congratulam-se com os avanços que alteraram de forma radical o panorama político, mas também se admite que existem riscos e que o caminho subsequente «não será fácil». Na sua edição escrita de hoje, o Gara dará ampla informação sobre este texto de dez páginas, que foi analisado em assembleias a diferentes níveis.

Documento: «Zutik Euskal Herria zehazten» (eus) (cas)

Um dos factores evidentes para tal é a resistência dos estados espanhol e francês ao envolvimento num processo de resolução. A esse respeito, a esquerda abertzale admite que não está garantido um cenário de negociação, estando assim preparada tanto para a eventualidade da sua existência como para a sua não concretização, o que conduziria a outro tipo de dinâmicas unilaterais. No caso de se verificar uma negociação (com base no esquema definido em Anoeta), a esqueda abertzale adianta desde já que «agirá sempre olhando para Euskal Herria, para a sua gente e para a comunidade internacional, não para o Estado que estará sentado à frente». E, neste ponto, diz também às bases: «necessitaremos de flexibilidade e imaginação para superar os bloqueios».

Estas duas áreas – a basca e a internacional – são apontadas como chaves nesta reflexão. No caso de Euskal Herria, incide-se na necessidade de fortalecer dinâmicas como a que permita trazer para casa os presos e os exilados, que por sua vez possam constituir um «activo político» em defesa do processo, e na necessidade de concretizar este processo «sem ficarmos à espera de acordos políticos».

Quanto ao envolvimento internacional, prevê-se que as tarefas que o GIC ou a Comissão Internacional de Verificação desenvolvem actualmente não sejam as últimas, porque os agentes que trabalham nesta questão «têm grande vontade» de ir mais além.

A análise da esquerda abertzale aborda também os êxitos e os déficits do caminho percorrido nestes dois anos, avalia a posição dos dois estados e do «regionalismo» (PNV e Nafarroa Bai), e define quatro instrumentos claros para se continuar a avançar na estratégia independentista.
Fonte: Gara

Notícia mais desenvolvida:
«A esquerda abertzale dá prioridade à acumulação de forças aqui e no mundo», de Ramón SOLA (Gara)