É preciso ter coragem para responder como o fez o juiz Grande-Marlaska a José María Compains, a propósito da sua comprovada falta de acção perante as inúmeras denúncias de tortura que ouviu, presenciou e sempre ignorou.
É que, apesar de uma resposta que não conseguiu convencer nem sequer quem tão amavelmente o tinha convidado a falar nada mais, nada menos que de ética, a verdade é que Fernando Grande-Marlaska ignora sempre de modo sistemático, não apenas as suspeitas e os indícios, mas também, naturalmente, as denúncias de torturas.Ora, já que tive de partilhar tantas vezes com o titular do Tribunal Central de Instrução número três da Audiência Nacional estas situações suspeitas de tortura ou estas denúncias de tortura, não posso senão, com o seu consentimento, replicar à sua resposta de acção impoluta perante estes casos. Mas não vou responder com argumentos, pois é óbvio que quem é cego para a tortura também será surdo para os seus argumentos. Vou responder simplesmente com dados. Com dados que falam por si mesmos.
Amaia IZKO ARAMENDIA, advogada
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