terça-feira, 25 de outubro de 2011

Habitantes e colectivos da Txantrea pela liberdade de Josu Esparza e o fim da perseguição política

Habitantes e colectivos da Txantrea, em Iruñea, apelaram à participação na manifestação que este domingo (17h00, da Praça Sabicas) irá percorrer as ruas do bairro, em solidariedade com todas as pessoas que são perseguidas pela sua actividade e militância políticas, e para exigir aos estados espanhol e francês «o fim da repressão e o respeito por todos os direitos políticos, tanto individuais como colectivos, acabando, de uma vez por todas, com qualquer tipo de perseguição política».

Os convocantes alertaram para a situação em que se encontra Josu Esparza, morador no bairro, que enfrenta na Justiça francesa dois mandados europeus emitidos pelo Estado espanhol, cujo fito é a sua entrega e o seu posterior encarceramento, punindo assim «o trabalho e a militância política que exerceu durante anos».
«O trabalho realizado por Josu Esparza ao longo dos últimos anos contra a repressão e em prol dos direitos dos presos políticos bascos enquanto militante do Movimento pró-Amnistia, do qual era porta-voz, é de todos e de todas conhecido. Foi precisamente o seu empenho contra a repressão que o tornou um alvo da repressão», afirmaram.

Jovens na prisão e listas negras
Lembraram ainda a situação de Ander Maeztu e Izaskun Goñi, que foram detidos há um ano e dez meses, respectivamente, encontrando-se desde então em prisão preventiva, acusados de pertencer à organização juvenil Segi. «Estes dois habitantes afirmaram ter sido torturados enquanto estavam incomunicáveis nas instalações da Polícia. Para além disso, com as declarações obtidas sob tortura aos detidos naquelas operações, a Polícia elaborou uma «lista negra» de jovens «potencialmente detíveis», na qual apareciam os nomes de sete jovens da Txantrea.

Por último, referiram a situação de um outro morador do bairro, David Soto, que foi recentemente imputado no âmbito do processo contra a organização internacionalista Askapena. Soto foi detido e encarcerado em Setembro de 2010, tendo sido libertado, sob fiança, em Dezembro desse ano. Agora, é apontado, juntamente com mais quatro pessoas, como dirigente da Askapena, e é acusado de integração ou colaboração com organização terrorista.

Perante esta situação, os presentes pediram às pessoas que participem na manifestação que irá percorrer as ruas da Txantrea este domingo, 30 de Outubro. Parte às 17h00 da Praça Sabicas e tem como lema: «A favor de las libertades políticas. Errepresiorik ez! Euro-agindurik ez!».
Notícia completa: ateakireki.com

Ver também:
«Josu Esparzaren euroaginduaren aurka, igandean manifestaziora deitu dute» (Berria)

O Supremo Tribunal anula a sentença que condenou quinze jovens donostiarras
A Segunda Secção da Audiência Nacional espanhola condenou em Outubro do ano passado a seis anos de prisão os jovens de Donostia Ekaitz de Ibero, Pello Lamarka, Mikel Arretxe, Unai Pérez, Egoi Alberdi, Oier Lorente, Adur Fernández, Aitor Olaizola, Asier Mariezkurrena, Imanol Vicente, Nahikari Otaegi, Urko Pikaza, Beñat Apalategi, Igor Álvarez e Ekaitz Ezkerra, acusados de «integração em organização terrorista» por pertencerem à Segi.
Agora o Supremo Tribunal aceitou o recurso interposto pelos jovens contra aquela sentença e anulou-a, ao entender que não foram tidas em conta as provas apresentadas pela defesa.
De acordo o alto tribunal espanhol, várias provas testemunhais, periciais e documentais produzidas e praticadas a pedido das defesas, durante a audiência oral, não são sequer mencionadas na sentença da AN.

Estes jovens donostiarras foram detidos em operações policiais que decorreram a 30 de Outubro de 2007 e a 7 de Novembro em Donostia. Outros foram detidos no dia 4 de Dezembro, depois de se apresentarem voluntariamente na Audiência Nacional espanhola.
Notícia completa: Gara