Justo Arriola, Aitor Aspuru, Ekaitz Lotina, Imanol Madariaga, Pablo Remírez e Julio Villanueva compareceram ontem na Audiência Provincial de Araba. Os seis arguidos, detidos no dia 17 de Janeiro de 2009 em Urbina quando participavam numa marcha contra o TGV, iniciam um processo em que terão de enfrentar as diversas acusações interpostas pela Procuradoria.
Em concreto, para um dos envolvidos solicitam uma multa por desobediência; para outros quatro, penas de prisão por desacatos; e ao último, acusam-no de «atentado contra a autoridade», crime que o Código Penal espanhol pune com uma condenação que pode ir até quatro anos de prisão.
No caso de Pablo Remírez, a Procuradoria baixou o pedido de dois para um ano de prisão por atentado, solicitando ainda que seja retirada a acusação «desordem pública».No dia 17 de Janeiro de 2009, após o final da marcha em Urbina, várias pessoas dirigiram-se de forma pacífica, num «acto de desobediência civil», como explicaram depois os convocantes, até à zona em que estavam a decorrer os trabalhos. Foi então que, sem qualquer aviso, a Ertzaintza atacou os manifestantes com balas de borracha e à bastonada.
Os arguidos reafirmaram que a sua resistência foi sempre pacífica e que a Ertzaintza carregou sobre os participantes no protesto sem qualquer motivo. No entanto, agentes da Polícia autonómica afirmaram nos seus depoimentos que a sua intervenção se ficou a dever às agressões que sofreram por parte dos manifestantes.
As testemunhas da defesa deixaram bem claro que «as únicas desordens públicas» que ali se verificaram foram as que a Ertzaintza protagonizou ao «arremeter brutalmente contra um acto de protesto simbólico e completamente pacífico».
Após uma reunião entre o juiz, a Procuradoria e os advogados de defesa, a Audiência de Araba decidiu prosseguir com o julgamento no dia 14 de Outubro. A AHT Gelditu! Elkarlana informou que na próxima audiência serão vistas as gravações efectuadas pela Ertzaintza e que serão apresentadas as conclusões de ambas as partes. Os imputados terão ainda direito ao uso da palavra em último lugar.
Antes de se iniciar a audiência, os seis processados afirmaram que é «paradoxal que os agressores sejam os queixosos e os agredidos se sentem no banco dos réus».
Em frente à Audiência de Araba concentrou-se meia centena de pessoas em solidariedade com os arguidos. Exigiram que o processo seja arquivado e disseram que, «se alguém deveria ser julgado, eram as pessoas que estão a dinamizar esta obra».
Fonte: GaraNotícia mais desenvolvida: «De Urbina ao banco dos réus: a Ertzaintza distribuiu a cacetada e é a acusação», de Ion SALGADO (Gara)