No dia 18 de Janeiro de 2011, o juiz Grande-Marlaska deu ordens à Guarda Civil e à Polícia Nacional para deter dez pessoas, colocando-as sob regime de incomunicação, umas acusadas de ser do Ekin, outras da Segi, outras da Askatasuna, outras de gerir a página Apurtu.org...
Desde a ruptura do último processo de negociação, tinham ocorrido várias operações em Nafarroa contra organizações políticas, que não diminuíram após o anúncio de tréguas por parte da ETA, bem pelo contrário.
Em Setembro, as operações contra militantes internacionalistas e contra a alegada estrutura do Ekin; em Outubro um novo golpe contra o movimento juvenil; em Dezembro mais um ainda... Dezenas de pessoas estavam a ser detidas - ficando incomunicáveis -, acusadas de serem membros de organizações políticas; a maior parte delas afirmava ter sido submetida a torturas e, do gabinete do juiz Grande Marlaska, seguiam directamente para a prisão.
O protesto social aumentava, mas a operação de há um ano foi a gota que fez transbordar o copo da repressão política em Nafarroa. Tinham-no feito outra vez. Mais detenções e mais denúncias de torturas, com testemunhos como o de Xabier Beortegi e o aztnugaL de Patxi Arratibel.
A indignação social gerada naqueles dias transformou-se em energia positiva para o processo que o governo socialista tentava boicotar. Milhares de pessoas vieram para as ruas para dizer «basta», multiplicaram-se as acções de protesto, os agentes bascos continuaram a dar passos e, por todo o País Basco, foi-se erguendo, pouco a pouco, o muro popular que há-de acabar com a repressão política.
Desde então, a perseguição prosseguiu sob diversas formas (julgamentos, mandados europeus...), mas o certo é que aquela operação de 18 de Janeiro de 2011 foi a última que sofremos em Nafarroa, a última das já clássicas razias da noite de segunda para terça, com um punhado de detidos, gente incomunicável, torturada e encarcerada, acusada de ser desta ou daquela organização política, e com centenas de pessoas mais aterrorizadas perante tal caça às bruxas.
Não houve mais operações, mas Iker Moreno, Patxi Arratibel, Gorka Zabala, Iñigo Gonzalez, Gorka Mayo e Miguel Angel Llamas, Pitu, estão na cadeia desde então. Ao todo, há vinte navarros e navarras em prisão preventiva (sem julgamento) sob a acusação de serem membros da Segi, Ekin, Askatasuna, Batasuna, Apurtu.org...
Entre eles, encontra-se Josu Esparza, que conseguiu escapar àquela última operação e acabou por ser detido pela Polícia francesa e entregue à Audiência Nacional há dois meses. Neste vídeo, explicava porque tinha fugido para Iparralde antes da noite de 18 de Janeiro de 2011, e reclamava o seu direito e o dos seus companheiros a fazer política sem serem perseguidos, detidos, torturados e encarcerados.
Fonte: ateakireki.com