Relatório mensal - Janeiro de 2012 (Etxerat elkartea)
Um dos objectivos da Etxerat Elkartea - associação de familiares e amigos dos presos políticos bascos - é dar a conhecer as situações de excepção que estes últimos têm de enfrentar. Assim, com base na informação recebida dos seus familiares e amigos reclusos, a Etxerat Elkartea decidiu realizar um relatório referente a situações ocorridas no mês de Janeiro. «Isto ajudar-nos-á a ver a realidade em que vivem os presos e as presas políticos bascos, funcionando, ao mesmo tempo, como instrumento de denúncia da situação tão excepcional que têm de enfrentar».
Actualmente, existem 674 presos e presas políticos bascos espalhados por 85 prisões. Apesar de a maior parte deles e delas se encontrarem em prisões de Espanha e França, há também alguns em Portugal, no Norte da Irlanda, na Inglaterra e no México; e ainda alguns, poucos, em Euskal Herria.
Neste relatório, torna-se evidente que o Estado espanhol e o francês não mudaram em nada a sua política penitenciária. E que nas prisões os direitos fundamentais dos presos e das presas políticos bascos não são respeitados. Continuam encarcerados os presos e as presas que têm doenças graves, os que já cumpriram 3/4 ou 2/3 da pena, aqueles a quem foi aplicada a doutrina 197/2006 e também os presos que têm mais de 70 anos. Assim, a Etxerat Elkartea pede a libertação imediata destes presos e presas, exige que se acabe com a dispersão e que os presos e presas políticos bascos sejam transferidos para Euskal Herria. / Fonte: etxerat.info
Exigem a liberdade de Otegi e dos encarcerados do «caso Bateragune» frente à prisão de Logroño
Cerca de 200 de pessoas, entre as quais 50 figuras públicas de diversas áreas, tanto de Euskal Herria como do Estado espanhol, participaram hoje ao meio-dia na concentração organizada pela plataforma «Arnaldo askatu, politika askatu», em frente à prisão de Logroño, onde está preso Arnaldo Otegi, para lhe fazer chegar o seu apoio, reclamar a sua libertação e a dos restantes condenados no «caso Bateragune» e reivindicar o respeito pelos direitos de todos os prisioneiros políticos bascos.
Entre os participantes, encontravam-se vários deputados da Amaiur, como Rafa Larreina, Maite Aristegi, Xabier Mikel Errekondo e Iñaki Antigüedad; o deputado da ERC Joan Tardá; o deputado-geral de Gipuzkoa, Martin Garitano; o director do Gara, Iñaki Soto; o ex-autarca de Donostia Ramón Labaien, os bertsolaris Xabier Amuriza e Jon Maia, o escritor Joan Mari Irigoien, o director do Berria, Martxelo Otamendi, e o ex-presidente do Athletic José María Arrate, entre outros.
Os membros da plataforma «Arnaldo askatu, politika askatu» foram os primeiros a tomar a palavra, para recordar que Otegi se encontra há 837 dias «sequestrado» na prisão, desde que foi detido, em Outubro de 2009, por promover um processo de soluções. Não esqueceram os seus companheiros Sonia Jacinto, Arkaitz Rodríguez, Miren Zabaleta e Rafa Díez, «detidos e também sequestrados», nem os restantes prisioneiros políticos, exilados e refugiados bascos.
Os presentes afirmaram que o político independentista foi «detido, encarcerado e condenado» pelo PSOE, e que, agora, o Governo do PP «tem de se envolver» e pô-lo em liberdade, tendo sublinhado, ao mesmo tempo, que o trabalho de Otegi foi «determinante» no caminho para a paz.
Os membros da plataforma fizeram questão de esclarecer que não querem pôr Otegi «acima de ninguém». «Não viemos aqui para idolatrar a figura de Arnaldo, o nosso objectivo não é transformá-lo num Nelson Mandela basco ou num hipotético lehendakari», realçaram, acrescentando que os meios de comunicação já se encarregam disso.
Depois da intervenção de alguns bertsolaris, Laura Mintegi, Doris Benegas, Joan Tardà, Iñaki Soto e Gabi Mouesca leram uma carta de Alfonso Sastre em euskara, castelhano, catalão, inglês e francês, respectivamente. / CARTA: De Alfonso para Arnaldo
Notícia completa: Gara
Ver também: «Milhares de pessoas voltaram à rua pelo fim da política prisional» (Gara)Na foto, concentração em Baiona, ontem ao fim da tarde.