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«Depois de várias rondas de questões, aperceberam-se de que tinha visitado Gaza», explicou ontem ao Gara a própria Lezama, que disse que a sua passagem pela Faixa deixou nervosos os agentes, apesar de, paradoxalmente, ter sido sempre realizada com a autorização de Israel. Nesse momento, segundo contou a membro dos KI, os interrogatórios tornaram-se mais intensos. Contudo, as perguntas não incidiam na sua solidariedade para com os palestinianos, mas sobre Euskal Herria. «Chegaram a perguntar-me se era membro da ETA», contou Lezama, que explicou que, para reforçar os seus argumentos, os investigadores israelitas lhe mostravam o ecrã de um computador com informações provenientes da Wikipédia.
Sem telemóvel e sem bagagem
Depois dos interrogatórios e depois de ser informada que não podia aceder a território israelita, Lezama foi levada para um centro de detenção de migrantes, onde os agentes lhe confiscaram o telemóvel e todos os demais pertences. Esteve ali seis horas, com outras três mulheres. Às 16h00, pouco antes do voo de regresso, os de uniforme levaram-na até à pista de aterragem e meteram-na no avião com destino a Madrid, dizendo ao pessoal de voo que não lhe devolvessem o passaporte antes de aterrar no Estado espanhol.
Assim, Lezama quis denunciar a «impunidade» subjacente à actuação do Estado de Israel, que não cumpre de forma reiterada a legalidade internacional.
Fonte: Gara via lahaine.org