segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Os aiararras acusam os vereadores do PP e os seus escoltas de provocarem os incidentes

Começou hoje de manhã no tribunal especial o julgamento de 19 habitantes da região Aiara (Araba) por participarem num protesto contra a ilegalização da opção política de 2033 laudioarras.

A maior parte dos 15 processados que depuseram na primeira sessão do julgamento, que será retomado amanhã às 10h00 com o interrogatório dos quatro restantes, defendeu que o seu único propósito consistia em mostrar apoio ao autarca em fim de funções, Pablo Gorostiaga, e protestar pelo facto de este não poder aspirar à reeleição, após a ilegalização da esquerda abertzale, três meses antes decretada pelo Supremo Tribunal. Gorostiaga, actualmente na prisão, irá prestar depoimento amanhã como testemunha.

Depois de negar que estivessem a ocupar os lugares destinados aos representantes do PP, os arguidos afirmaram que não agrediram, insultaram ou ameaçaram os cargos eleitos, nem lhes cuspiram para cima, como defende o magistrado do MP, e que a única coisa que fizeram foi apitar e exibir na sua presença cartazes com lemas como «Putxerazorik ez» ou «Demokrazia aurrera».

Antes dos depoimentos, a advogada das defesas, Jone Goirizelaia, propôs a prescrição do processo e o seu arquivamento por violação do direito de defesa, argumentando que, quando depuseram pela primeira vez, os imputados não foram informados dos crimes de que eram acusados. Depois de se retirar para deliberar, a presidente do tribunal, Angela Murillo, rejeitou a suspensão da audiência, tendo anunciado que todas estas questões serão resolvidas na sentença.

«Nove anos de instrução para um processo que começou por ser uma infracção é excessivo», referiu Goirizelaia.

Pedido da acusação
A Procuradoria da Audiência Nacional pede penas entre os três e os seis anos de prisão para cada um dos 19 habitantes de Laudio e Amurrio que começaram hoje a ser julgados, acusados de um delito de «terrorismo» por participarem num protesto contra a ilegalização, há nove anos [14 de Junho de 2003].

O magistrado acusa os 19 arguidos de «coacções terroristas» ou, em alternativa, de um delito contra as Instituições do Estado.

Os imputados, acompanhados por familiares e amigos, receberam o calor da solidariedade plasmada em várias iniciativas, às quais aderiram pessoas a título individual, sindicatos, comités de empresa e grupos culturais e desportivos da região. / Fonte: Gara / Ver também, em euskara: airaldea.com

Garitano pede a Rajoy que abandone «a política de castigo e repressão»
No domingo, o deputado-geral de Gipuzkoa, Martin Garitano, participou, em Errenteria, na manifestação convocada pelo colectivo Eleak de apoio aos seis jovens de Oarsoaldea recentemente condenados pela Audiência Nacional espanhola a penas entre seis e seis anos e meio de prisão por pertencerem à Segi.

Com eles, várias centenas de pessoas partiram do ambulatório Lartzabal atrás de uma faixa em que se lia «Euskal Gazteria. Libre eta Legala».

Ali, Garitano defendeu a necessidade de mostrar solidariedade «aos jovens que estão a ser acossados e punidos por participarem na acção política».
Para além disso, pediu ao presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, que «abandone de uma vez a política de acosso, castigo e repressão sobre a actividade política em Euskal Herria». Por fim, pediu ao presidente do Executivo que «enfrente os novos tempos com novas atitudes políticas». / Fonte: Gara / Mais info: topatu.info

Autorizam a extradição de Eneko Goieaskoetxea para o Estado espanhol
A Corte de magistrados de Westminster autorizou a extradição de Goieaskoetxea, de 44 anos, da Grã Bretanha para o Estado espanhol, onde é acusado de quinze «delitos de terrorismo».
A juíza Daphne Wickham disse que o gernikarra tem um prazo de sete dias para recorrer da decisão, o que irá fazer, segundo fez saber a defesa.
Wickham expôs a sua argumentação na presença de Goieaskoetxea, numa audiência que demorou menos de uma hora e no fim da qual autorizou a extradição do gernikarra, por considerar que este terá um «julgamento justo» no Estado espanhol, ao contrário do que sustentou a defesa, que pôs em causa a possibilidade de ter um processo justo nesse país.
Goieaskoetxea irá continuar na prisão londrina de Belmarsh até que o recurso seja resolvido.
Mandados europeus
No decorrer do julgamento que se realizou em Londres em Dezembro, a defesa apontou falhas na formulação dos mandados europeus de detenção emitidos pelo Estado espanhol, tendo afirmado que as provas não se sustentam.
Goieaskoetxea foi detido no passado dia 7 de Julho pela Polícia britânica em Cambridge, onde residia com a sua companheira e filhas, permanecendo encarcerado desde então. / Fonte: Gara