Um grupo de 70 refugiados ocupava o palco no acto político do Elkartasun Eguna quando, em nome de todo o colectivo, Xabier Ezkerra manifestou «total apoio e compromisso com o novo caminho empreendido em Euskal Herria por parte dos homens e mulheres que nas últimas décadas se viram obrigados a atravessar o Bidasoa e os Pirinéus fugindo das garras das forças policiais e da tortura». «Que ninguém jamais tenha a mínima dúvida disso», enfatiza o comunicado lido por Ezkerra e subscrito pelo Colectivo de Refugiados Políticos Bascos, para assim realçar a decisão de tomar parte activa no processo democrático juntamente com os restantes agentes e cidadãos bascos.
Antes da leitura do texto, Ezkerra também se quis referir à manifestação de Bilbo e ao sentimento que um acontecimento desse tipo provoca nos perseguidos políticos. Afirmou que, sem qualquer tipo de frustração, se sentiram ali, com as dezenas de milhares de manifestantes que abarrotaram a capital biscainha.
No comunicado tornado público no domingo, o colectivo de refugiados fez um apelo expresso aos estados espanhol e francês depois de, não sem ironia, reconhecer que a decisão tomada pela ETA de pôr fim à sua actividade armada «não é suficiente». Pediu aos seus governos que suspenda as medidas repressivas e que «iniciem o diálogo com a ETA para resolver as consequências do conflito».
Os refugiados fizeram notar que os cidadãos bascos afirmaram com clareza que o regresso a casa dos presos e exilados constitui «um desafio que não se pode adiar». «Assim o entende também o colectivo e, por conseguinte, a sua actividade dirigir-se-á também para esse objectivo», anunciaram, pelo que irão apoiar «as soluções que alcançadas na mesa que deverá ser formada pela ETA e pelos governos» ou darão passos de forma unilateral, «sempre com o intuito de alimentar o processo de solução integral e avançar o mais possível».
Convém não esquecer que, por exemplo, apenas uma parte destes perseguidos políticos reside em Ipar Euskal Herria, pois a maioria encontra-se disseminada por diferentes continentes, ou que já noutras épocas este colectivo levou a cabo dinâmicas de retorno aos lugares de origem.
Txillardegi
Antes da leitura do seu comunicado, o colectivo de refugiados fez questão de dizer algumas palavras em memória de Txillardegi, como um dos poucos que há mais de 50 anos se reuniram e «criaram com o seu sopro o vento da liberdade».
Detenções
A porta-voz da Askatasuna denunciou as quatro detenções – três no Estado francês e outra em Gasteiz – ocorridas na véspera. Afirmou que este tipo de actuações é «totalmente inaceitável». / Iñaki ALTUNA
VER: Gara
«Compromiso común en Larresoro y Etxarri» (editorial do Gara)