Manuel e Josefina, pais de Iñigo Cabacas, o jovem apoiante do Athletic que morreu em Abril de 2012 depois de ser atingido por uma bala de borracha disparada pela Ertzaintza, compareceram ontem, acompanhados pelas suas advogadas, na Comissão de Segurança e Justiça do Parlamento de Gasteiz para exigir o esclarecimento dos factos e da carga policial que esteve na origem na morte do seu filho.
O pai de Iñigo Cabacas criticou duramente a atitude do antigo conselheiro do Interior do Governo de Lakua, Rodolfo Ares, tendo referido que esta figura os «enganou desde o primeiro dia» e lhes «mentiu vilmente» sobre a morte do seu filho. Os pais do jovem pediram que seja constituída uma comissão de investigação no Parlamento de Gasteiz, com o apoio de todos os grupos, para esclarecer os factos e proceder às mudanças necessárias para que uma situação como esta não se repita.
Manuel Cabacas manifestou-se ainda preocupado pela possibilidade de no seio da Polícia Autonómica basca existir um «pacto de silêncio», que poderia até incluir a conselheira da Segurança, Estefanía Beltrán de Heredia.
Lembrou que, depois de as gravações das conversas entre os agentes na noite em que Iñigo foi atingido terem vindo a público e de o Departamento do Interior ter dado a entender que iria afastar alguns agentes, alguns meios de comunicação noticiaram o mal-estar no seio dos polícias, bem como ameaças de greve e exigências de que não os «abandonassem».
A mãe de Iñigo, Fina Liceranzu, disse que, tendo em conta o que foi revelado pelas testemunhas presenciais, aquilo que se passou com o seu filho podia ter acontecido a mais gente, pois os polícias dispararam balas de borracha contra a multidão.
A Polícia continua a usar balas de borracha assassinas como as que mataram Iñigo. O primeiro passo para que tal não se repita é deixar de utilizar este tipo de armamento. / Ver: boltxe.info e naiz.info