domingo, 24 de novembro de 2013

Familiares e amigos dos presos bascos denunciam «grave situação» na prisão de Lyon-Corbas

Numa conferência de imprensa que ontem deram no bairro de Altza, em Donostia, familiares e amigos dos presos políticos bascos que se encontram na prisão francesa de Lyon-Corbas denunciaram a «grave» situação por eles ali vivida, exigiram ao director do estabelecimento que ponha fim ao acosso a que são submetidos e que se respeite os direitos humanos.

Afirmaram que na cadeia de Lyon-Corbas «se violam os direitos fundamentais» dos presos, que são submetidos a um «isolamento e a uma tortura psicológica constantes». Em 2012, Lyon-Corbas foi a cadeia francesa com a «taxa mais elevada de suicídios e mortes», salientaram.

Os primeiros presos políticos bascos que foram parar a Lyon-Corbas, em Março de 2011, ao serem confrontados com a situação insustentável que ali se vivia, levaram a cabo várias acções de luta e conseguiram alcançar algumas melhorias na qualidade de vida, tanto para eles como para os outros 800 presos/as no presídio. Deste então, têm sido «constantes as tentativas para acabar com as melhorias conquistadas», afirmou-se na conferência de imprensa, em que estiveram presentes cerca de 100 pessoas.

Não aceitando a «degradação da qualidade de vida», os presos deram início a uma nova série de protestos, fortemente reprimidos pelos funcionários. Quando os presos bascos decidiram não se dirigir para as celas de castigo pelo seu próprio pé, «para assim se poderem reunir com o director», os funcionários entraram nas celas equipados com material anti-motim, agredindo-os, humilhando-os e ferindo-os».

Na conferência de imprensa, referiu-se ainda a situação de três amigos de presos que levaram vestidas, para uma visita, T-shirts em que se denunciava a situação na cadeia. Ficaram sem visita, foram detidos e vão a julgamento no dia 25 de Novembro. O Ministério Público pede um ano de cadeia para cada um e 7000 euros de multa.

Para divulgarem o que se está a passar em Lyon, deram início a uma campanha, no âmbito da qual foram enviadas inúmeras cartas e mais de mil assinaturas à direcção da prisão e ao juiz que tem o caso em mãos. Com isso, conseguiram reunir-se, na terça-feira, com o director da cadeia, que lhes prometeu que as «agressões e violações de direitos humanos» iam acabar.

No final da conferência de imprensa, os familiares e amigos dos presos bascos em Lyon-Corbas afirmaram que vão «continuar a lutar até que a situação se altere de facto». Esperando que tal aconteça, decidiram, como gesto de boa-fé, cancelar a marcha que estava prevista para sábado, 30. / Ver: lahaine.org e naiz.info