Gorka Ovejero, Julio Villanueva, Ibon García (condenados a dois anos de cadeia por lançar tartes à presidente do Executivo navarro, Yolanda Barcina) e Mikel Álvarez (condenado a um ano de cadeia por ser «cúmplice» da acção de «entartamento»), reagiram hoje, numa conferência de imprensa que teve lugar em Iruñea, à sentença decretada pelo tribunal especial espanhol, onde foram julgados. Os seus advogados vão recorrer para o Supremo Tribunal.
Os membros do movimento Mugitu! afirmaram que o facto de os arguidos não terem ido parar à prisão é «uma derrota para a autoritária figura política» de Yolanda Barcina, «que desde o início se deixou levar pelo desejo de vingança».
Ainda assim, não deixaram de assinalar que a sentença «aumenta a criminalização do movimento anti-TGV», no sentido em que uma «doce» acção protesto, que tinha como objectivo apontar uma das responsáveis pela imposição da infra-estrutura referida, «continua a ser considerada um "atentado grave à autoridade", punível com elevadas penas de prisão».
As penas «só foram atenuadas neste caso» porque o «entartamento» ocorreu «fora do Estado espanhol», sendo que «a própria AN espanhola reconhece que estes factos em França são considerados uma infracção menor», afirmaram, tendo acrescentado que a sentença está «em sintonia com o endurecimento do Código Penal que o Governo espanhol pretende implementar para blindar uma classe política corrupta e cada vez mais desprestigiada»; para tal «criminalizam o protesto social».
Defenderam que é altura de encarar a questão de outra forma e que o verdadeiro atentado é o TGV. «Quando serão julgados os responsáveis do TGV por crime ecológico grave? E por prejudicar gravemente as condições de vida das populações afectadas? Quando irão tribunal por espoliar as arcas públicas, malversar fundos e apropriar-se de bens públicos para construir o TGV?», perguntaram.
Afirmaram ainda que «a acção de Toulouse foi uma das muitas que se levaram a cabo nos 20 anos de oposição ao TGV» e que, se a sentença os acusa de atentado, «a verdadeira agressão a esta terra é o TGV».
Fizeram um apelo à população em geral para que se oponha a esta infra-estrutura, desobedecendo à imposição «até conseguir a sua paralisação definitiva».
Fizeram também um apelo à solidariedade, para pagar multas e custas de processo. / Mais informação (incluindo a leitura jurídica da sentença) em: Mugitu! Mugimendua