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«O Hala Bazan quer mostrar o sofrimento dos presos doentes, pintar o tempo roubado aos presos que cumpriram a pena a que foram condenados, vestir com palavras a dispersão, inventando uma história por cada quilómetro», disse Agustín Gorbea, membro da iniciativa, na apresentação da obra.
Amparo Lasheras, co-autora do texto, com escritores como Kirmen Uribe, Karmele Jaio, Iban Zaldua, Juan Ibarrondo, Xabier Izaga e Patxi Zubizarreta, sublinhou quão difícil foi para ela escrever um texto sobre a situação dos presos políticos bascos. «Tive uma experiência de prisão muito curta e era-me impossível escrever. Jamais escrevi sobre a prisão, porque ficava bloqueada», disse.
«Depois de ter visto o que é, e de ter visto tantos companheiros que lá estão há tanto tempo, era-me muito difícil meter-me dentro de um preso que passa 28 anos na cadeia. Ou na pele de um preso que pensa que vai sair e lhe dizem que não, como na doutrina Parot. Estive quase a ligar e a dizer "não consigo", mas disse a mim mesma que ia fazer o mesmo que muitos outros. Vou escrever sobre o processo de que não consigo escrever», salientou a jornalista, que pediu maior envolvimento à sociedade. «Não temos de nos limitar a uma manifestação por ano», disse, referindo-se à mobilização prevista para 11 de Janeiro nas ruas de Bilbo. / Ver: naiz.info via boltxe.info