sábado, 25 de abril de 2009

Ataque contra a página de Internet apurtu.org


Em virtude disso, a página de Internet anti-repressiva apurtu.org denunciou, numa nota de imprensa, a campanha de criminalização que tem vindo a sofrer.
Este é o conteúdo da nota, originalmente em euskara e castelhano:

PERANTE A CAMPANHA DE CRIMINALIZAÇÃO CONTRA A APURTU.ORG

Da parte da página de Internet Apurtu.org, queremos denunciar a criminalização que temos vindo a sofrer nos últimos meses. O nome do nosso meio de comunicação já foi mencionado em diversas ocasiões, relacionando-o com diferentes actos que foram proibidos a posteriori pela Audiência Nacional. Desta vez, foi o ABC que publicou um artigo que diz estar fundamentado em informações da “luta antiterrorista”. Um artigo que, por certo, se apresenta repleto de falsidades e de mentiras. Tudo isto vem à tona depois de termos posto em marcha o inovador canal de televisão on-line Apurtu Telebista, que preparámos com os vídeos que temos vindo a publicar.

Cremos que o verdadeiro objectivo deste artigo é preparar o terreno e a opinião pública para um eventual ataque à liberdade de expressão. Não seríamos os primeiros. Neste país foram encerrados numerosos meios de comunicação, sem que depois nada aconteça, mesmo quando se mostra não existirem provas contra os visados. Desta vez, as acusações são para fazer rir, e rimo-nos mesmo quando lemos o artigo do ABC. Mas, ao mesmo tempo, entristece-nos, já que temos consciência de que, por trás deste artigo, há um plano repressivo, e que tudo isto é apenas um primeiro passo.

Reafirmamos o nosso trabalho jornalístico. Não somos profissionais, apenas um grupo de pessoas que procuram apresentar uma informação que na maioria dos meios de comunicação é totalmente silenciada. Além disso, fazemo-lo melhor que outros que se consideram profissionais e seguem os mandamentos do Ministério do Interior para atacar companheiros de outros órgãos de comunicação. Cremos que isto não deveria ser considerado delito numa democracia.

Por último, fazemos um apelo aos restantes meios de comunicação no sentido de não alimentarem nem darem credibilidade às acusações sem fundamento baseadas em informações policiais, e para que denunciem este novo ataque à liberdade de expressão. Ao dar-se ao luxo de silenciar aqueles que dizem o que eles não querem ouvir, estão a violar o direito a uma informação livre e veraz, e já ninguém possui verdadeiramente liberdade para expressar a sua opinião ou para informar. Se não temos direito a informar sobre realidades cruentas que existem ao nosso redor – e ainda nos acusam de “pró-etarras por isso” –, quem o vai fazer? Nós, pela nossa parte, continuaremos a trabalhar, que ninguém duvide.

Da parte da ASEH, expressamos a mais funda indignação perante este ataque à liberdade de expressão e manifestamos a nossa total solidariedade à apurtu.org. Aurrera! Besarkada handi bat hemendik.
Crónica relacionada: «A última intoxicação: presos com Internet nas celas», de Iñaki Iriondo (Gara, 25/04/2009)