Agora que a crise financeira ameaça corroer as próprias fundações do capitalismo, nós, profanos em questões económicas, lemos que a saída para situações preocupantes como esta passa por fazer da crise uma oportunidade. Algo assim como abandonar costumes e estruturas desgastadas, renovar ideias e propostas e, definitivamente, tirar proveito de uma má situação que nos permite – mesmo que seja por demolição – romper amarras com o que de negativo o passado tenha tido e regenerar o são. Não sei como se faz tudo isso no terreno da economia mas parece-me sugestiva a sua aplicação à política.
A situação que atravessa o abertzalismo nas suas diversas expressões é de crise. Crise de marginalização e perseguição na esquerda abertzale, que pela primeira vez não está presente em nenhum dos dois parlamentos de Euskal Herria; crise de desmoronamento no EA; crise de definição no Aralar e severa crise no jelkidismo [PNV], que vê como perde posições no único terreno em que até agora se desenvolvia com comodidade e extraordinários benefícios de toda a índole.
As causas da crise são conhecidas, embora nem todos as queiram reconhecer, por aquilo de procurar encontrar responsáveis longe de casa. A essência mesma do regime político impulsionado aquando da morte de Franco é profundamente antidemocrática. Na sua aceitação está o gérmen da actual crise. A adesão – assim fosse com matizes críticos – a um regime que nega desde a primeira linha da sua Constituição a existência do povo basco como sujeito de direitos políticos foi o abraço traiçoeiro que, no final, trouxe um amargo de boca ao jelkidismo, que ocupou a primeira posição da maioria nacionalista.
Hoje, a crise permite-nos fazer uma breve pausa, olhar para os erros, procurar a sua correcção, encarreirar o rumo e avançar posições. O importante, no entanto, é definir objectivos, metas. E também os estádios intermédios, as metas volantes. Trata-se de decidir dinâmicas e pô-las em marcha. Para isso sobram os que se contentam em sobreviver à crise com as migalhas que caem da mesa do regime espanhol. Trata-se de abrir as janelas, arejar o interior e pôr a casa em ordem.
No domingo, entre Irun e Hendaia têm encontro marcado os que se dedicam à tarefa apaixonante de trabalhar por Euskal Herria até à consecução de um estado livre, de gentes livres. É a oportunidade que a crise nos oferece.
Martin GARITANO
jornalista
Fonte: Gara
A situação que atravessa o abertzalismo nas suas diversas expressões é de crise. Crise de marginalização e perseguição na esquerda abertzale, que pela primeira vez não está presente em nenhum dos dois parlamentos de Euskal Herria; crise de desmoronamento no EA; crise de definição no Aralar e severa crise no jelkidismo [PNV], que vê como perde posições no único terreno em que até agora se desenvolvia com comodidade e extraordinários benefícios de toda a índole.
As causas da crise são conhecidas, embora nem todos as queiram reconhecer, por aquilo de procurar encontrar responsáveis longe de casa. A essência mesma do regime político impulsionado aquando da morte de Franco é profundamente antidemocrática. Na sua aceitação está o gérmen da actual crise. A adesão – assim fosse com matizes críticos – a um regime que nega desde a primeira linha da sua Constituição a existência do povo basco como sujeito de direitos políticos foi o abraço traiçoeiro que, no final, trouxe um amargo de boca ao jelkidismo, que ocupou a primeira posição da maioria nacionalista.
Hoje, a crise permite-nos fazer uma breve pausa, olhar para os erros, procurar a sua correcção, encarreirar o rumo e avançar posições. O importante, no entanto, é definir objectivos, metas. E também os estádios intermédios, as metas volantes. Trata-se de decidir dinâmicas e pô-las em marcha. Para isso sobram os que se contentam em sobreviver à crise com as migalhas que caem da mesa do regime espanhol. Trata-se de abrir as janelas, arejar o interior e pôr a casa em ordem.
No domingo, entre Irun e Hendaia têm encontro marcado os que se dedicam à tarefa apaixonante de trabalhar por Euskal Herria até à consecução de um estado livre, de gentes livres. É a oportunidade que a crise nos oferece.
Martin GARITANO
jornalista
Fonte: Gara
Para saber mais sobre o Aberri Eguna, ver: http://www.naziogunea.net/