quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mais democracia espanhola: a Procuradoria à coca por causa das europeias


O procurador geral do Estado, Cándido Conde Pumpido, fez saber ontem que já deu ordens à Guarda Civil para que investigue se a esquerda abertzale se está a preparar para participar nas próximas eleições para o Parlamento europeu, a 7 de Junho.

Evitar a presença da esquerda abertzale em todas as eleições continua a ser uma das grandes obsessões do Estado espanhol. E, tendo em vista as eleições para o Parlamento europeu, a Procuradoria deu ordens à Guarda Civil no sentido de vigiar os movimentos que possam estar a acontecer nos meios do independentismo basco. O Procurador, Cándido Conde Pumpido, anunciou aos órgãos de comunicação que foi aberta uma diligência na “Procuradoria do [Supremo] Tribunal imediatamente depois de se terem convocado as eleições” e que solicitaram à Guarda Civil a elaboração dos relatórios oportunos.
Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, o Supremo Tribunal proibiu a apresentação da candidatura Herritarren Zerrenda no Estado espanhol, que foi considerada perfeitamente legal no Estado francês. A lista independentista obteve cerca 120 000 votos no conjunto de Euskal Herria, apesar de a abstenção ter atingido 56%.

Perseguição aos municípios
O procurador geral defendeu ainda que o Estado deve efectuar os procedimentos necessários para ilegalizar uma boa parte das candidaturas municipais da EAE-ANV, ainda que algumas tenham conseguido passar pelo crivo.


Não obstante, Conde Pumpido considerou que existem “algumas lacunas” nesse processo e defendeu a reforma da Lei do Regime local “para que o facto de um município estar a ser governado por um partido ilegalizado passe a ser motivo de dissolução”. De acordo com algumas informações veiculadas pela imprensa ontem, o Ministério espanhol do Interior e a Procuradoria procuram razões para dissolver municípios governados pela esquerda abertzale, mas não os encontraram nos últimos seis meses.

[Na sequência, ver:]
Grande polémica depois de Conde Pumpido acusar a Polícia de não colaborar nas investigações
Fonte: Gara