quinta-feira, 2 de abril de 2009

Querem instalar uma esquadra quase em frente ao ‘gaztetxe’ de Gasteiz


Membros da Gazte Asanblada de Gasteiz denunciaram publicamente na última terça-feira o “aumento do acosso e do controlo social” que têm sentido ultimamente nas ruas da Alde Zaharra [Parte Velha] da capital alavesa e, em especial, o projecto que pretende instalar uma esquadra quase em frente do gaztetxe, a popular “casa da colina”.

“O nosso bairro está a ser reduzido a nada; sob a farsa da segurança, infestaram-nos as ruas de câmaras e cada vez temos mais polícia a estorvar na rua”, afirmaram da parte da Gazte Asanblada.
Membros deste colectivo mostraram-se convictos de que “querem fazer crer que este bairro é um sítio perigoso, onde devemos temer quem passa”. “Querem que acreditemos que delinquência é sinónimo de Alde Zaharra”, criticaram, para constatar que quem se dedica a etiquetar o bairro dessa forma não conhece a sua verdadeira realidade.

De acordo com estes jovens, que trabalham diariamente no gaztetxe de Gasteiz, nada disto é novo, antes “está tudo premeditado”. Com a desculpa de instalar câmaras nas ruas deste bairro, “controlam o vaivém das pessoas, dos colectivos sociais, vêem quem coloca cartazes no bairro, ou a que horas se encontram”, realçaram os jovens.
O “factor medo” é algo que “nos tentam passar desde txikis, pois, se nos comprometemos socialmente ou participamos em qualquer luta, não é preciso esperar muito para que nos identifiquem, nos apontem o dedo ou nos encerrem o espaço”.

Delinquência e Alde Zaharra
Não obstante, asseguraram viver “muito tranquilos” na Alde Zaharra, e realçaram que não precisam de “gente de uniforme” para se sentirem seguros. Por isso, esta gente da casa ocupada há já 20 anos afirmou que se nega a aceitar a nova esquadra que querem situar quase em frente do próprio gaztetxe.
Nestes tempos de crise, os membros da Gazte Asanblada defenderam que se deveria colocar outro tipo de questões: “Quem são os maiores delinquentes, ladrões ou sem-vergonhas e quem deve ser vigiado?”. Os gaztetxeros responderam claramente que devem ser assim considerados “aqueles que enriquecem à custa de ignorar o direito à habitação, os direitos dos trabalhadores, das mulheres... Esses é que deviam ser controlados”.
E lembraram que, pelo contrário, quem se sente seguro com os de uniforme são “os engravatados, os maiores ladrões da cidade, cujos interesses a Polícia protege”. “Esta é que é a gente perigosa, e não os moradores da Alde Zaharra”, concluíram os jovens.
Fonte: Gara