sábado, 18 de abril de 2009

Detidos sete bascos numa operação iniciada em Perpinyà e prosseguida em Euskal Herria


Pouco depois das 20h, as agências espanholas davam conta de uma operação policial nas proximidades de Perpinyá, capital do norte da Catalunya. Pese embora a confusão reinante, logo se destacou que um dos capturados é o durangarra Jurdan Martutegi, procurado desde 2006. Ali foram detidas outras duas pessoas, identificadas de forma oficiosa como Mikel Oroz e Alex Uriarte. Quatro outras foram capturadas depois em Gasteiz, Bilbau e Otxandio.

Primeira fase: três detenções em Montauriol, em hora incerta
A operação iniciou-se nesta localidade próxima de Perpinyà, a poucos quilómetros da fronteira com o Estado espanhol, a uma hora que não foi indicada até ao momento. Nela foram capturadas três pessoas e a Polícia apreendeu três pistolas e o veículo em que viajariam Jurdan Martitegi e o seu acompanhante, afirmando-se que levava matrículas falsas.

Segunda fase: quatro detenções, duas delas numa homenagem antifranquista
Ao mesmo tempo que se difundia a notícia, depois das 20h, agentes à paisana capturavam mais duas pessoas (Asier Ortiz de Guinea e Olaritz Arakama) nas proximidades de uma homenagem antifranquista que estava a decorrer em Gasteiz, na mesma altura em que prendiam o gasteiztarra Sergio Bravo em Bilbau e Igor García em Otxandio. Só foram avançadas informações oficiais sobre estas detenções duas horas mais tarde.

«Sequestraram dois! Isto foi kafkiano!»
Desconcertadas e completamente estupefactas, assim ficaram as dezenas de pessoas que homenageavam o activista internacionalista Bob Doyle, recentemente falecido, no bar Paddy Shorts, situado no bairro gasteiztarra de Judimendi, depois da intervenção da Polícia espanhola. É que foi no momento da homenagem, pelas 20h30, que os polícias levaram a cabo a detenção fulminante da jovem Olaritz Arakama e do seu companheiro Asier Ortiz de Guinea, ex-prisioneiro político basco. Nessa altura ninguém sabia que se travava de polícias espanhóis, já que, como informaram os presentes, iam encapuzados e não se identificaram.

“Sequestraram dois! Isto foi totalmente kafkiano!”, afirmava uma testemunha da detenção. Segundo o Gara pôde apurar, pelas 20h30, quando o Paddy Short se encontrava cheio, cerca de vinte de pessoas estavam no exterior, entre elas Olaritz Arakama e Asier Ortiz de Guinea. Nesse momento, dois veículos policiais camuflados pararam em frente ao bar, enquanto as redondezas se enchiam de polícias encapuzados. As testemunhas acrescentaram que os encapuzados se dirigiram directamente a Arakama, para a deter, e nessa altura gerou-se uma confusão em que também prenderam o seu companheiro, Asier Ortiz de Guinea. Tinham ali o seu cão, que acabou por ficar ferido no meio da precipitada intervenção policial.

As pessoas que enchiam o bar irlandês saíram para o exterior. Também ali se encontrava a mãe de Olaritz Arakama, a quem recusaram prestar qualquer informação sobre o sucedido, no meio de empurrões. Quando a Polícia estava para se ir embora, alguns dos presentes arremessaram garrafas e pedras contra os carros; o vidro de trás de um deles terá ficado totalmente partido, e os polícias chegaram a sacar das pistolas.

Depois da detenção fulminante, e quando os presentes começavam a assimilar o que se tinha passado, a Polícia espanhola prendia, por volta das 21h, Igor García, Motri, em Otxandio. Além disso, os polícias procederam à inspecção da sua casa, no meio dos protestos de centenas de vizinhos.
Por volta das 23h os incidentes ainda continuavam, sendo que a Polícia espanhola carregou três vezes sobre os presentes, de acordo com testemunhas, e havia relatos de numerosos feridos.
G.M.

Notícia completa: Gara