Representantes dos familiares dos detidos nos últimos meses em Iruñerria [comarca de Pamplona] ofereceram uma conferência de imprensa na capital navarra para explicar as actividades que estão a realizar em defesa dos seus filhos, sobrinhos e amigos detidos.
Desde Agosto do ano passado e em operações sucessivas levadas a cabo pela Polícia espanhola ao longo de três meses, foram presas vinte pessoas, quase todas residentes em Iruñerria. Dezoito deles passaram pelo período de incomunicação e quinze denunciaram ter sido torturados.
“Estas denúncias merecem-nos a todos a máxima credibilidade, porque os conhecemos e porque a ONU tem denunciado a prática sistemática da tortura por parte de todos os corpos policiais do Estado espanhol”, afirmou Enrike Miranda em nome dos familiares.
“Os familiares também estão a sofrer a repressão que sofrem os seus filhos. Mas nós, longe de ficar em casa, a sofrer e a lamentar a nossa sorte, que é o que a Polícia gostaria, mais o Governo espanhol e os partidos que sustentam este regime constitucionalista, rebelamo-nos e propusemos a nós mesmos levar este lamento e esta rebeldia aos agentes sociais de Nafarroa”, acrescentou.
“Não à tortura. Não às ilegalizações. Sim à possibilidade de concretização de todos os projectos políticos” é o lema da manifestação que terá lugar em Iruñea no dia 16 de Maio, convocada por familiares de detidos e torturados nas últimas operações. Mais de vinte associações e colectivos deram já o seu apoio ao manifesto que sustenta esta iniciativa, mas esperamos muitas outras adesões.
Também se estão a recolher apoios, a título pessoal, para o manifesto e para a manifestação de 16 de Maio, em Iruñea, na página http://www.harresia.tk/.
Fonte: Gara
Excerto da conferência, via apurtu.org