Depois de sentir na própria pele durante vinte anos a política de dispersão penitenciária, o oreretarra Joxe Mari Mujika Pikabea, Jitxo, abandonou no domingo a prisão alicantina de Villena, tendo cumprido na íntegra a pena a que foi condenado em 1995. Tinha 22 anos quando foi detido e saiu com 42.
Segundo relataram alguns habitantes da localidade guipuscoana ao Gara, em Villena puderam falar durante uma hora com as presas bascas que apareceram às janelas, transmitindo-lhes todo o seu apoio. Momentos emocionantes viveram-se também quando o preso de Errenteria Joseba Agudo apareceu entre as grades.
Ongi-etorri em Errenteria
Depois de fazerem os 748 quilómetros que separam Errenteria de Alacant, o já ex-preso foi recebido na sua localidade natal. À sua chegada pôde abraçar a sua filha, que se encontrava entre as cinco centenas de pessoas que se juntaram na Plaza Xenpelar e que, com um aurresku e um ramo de flores, lhe deram as boas-vindas.
Mujika teve palavras de agradecimento para as dezenas de pessoas que o acompanharam à saída da prisão em Alacant e para todos aqueles que o receberam já em Orereta, embora nesse momento se tenha lembrado sobretudo dos companheiros que deixou para trás. Assim, quis enviar o calor que recebeu a todos os presos políticos bascos. Teve ainda palavras de encorajamento para enfrentar «com força e vontade os tempos que aí vêm».
Joxe Mari Mujika foi detido no dia 17 de Julho de 1991 e em 1995 a Audiência Nacional espanhola condenou-o a 25 anos de prisão. Desde então, esteve encarcerado em quase uma dezena de prisões espanholas. Depois de ir para Carabanchel (Madrid), conheceu as prisões de Alcalá Meco (Madrid), Alcázar de San Juan (Ciudad Real), Cáceres I (Cáceres), Cartagena (Múrcia), Valdemoro (Madrid) e, durante os últimos nove anos, a de Villena (Alacant).
Amanhã sai em liberdade Jon Agirre Agiriano, com 69 anos de idade, ao cabo de 30 anos na prisão. Agirre Agiriano, natural de Aramaio (Araba), foi detido em Maio de 1981 pela Guarda Civil em Arrasate e condenado a 30 anos de prisão. Em Maio de 1996 cumpriu três quartos da pena e, em Outubro de 2006, a pena na íntegra. Ainda assim, em Setembro desse mesmo ano aplicaram-lhe a nova doutrina do Supremo Tribunal, aumentando-lhe a pena em cinco anos. O preso, que sofre de doenças graves e incuráveis, encontra-se actualmente em Basauri (EH). Agirre Agiriano apresenta um quadro clínico com múltiplas complicações (diabetes, risco de enfarte, prótese na bacia e diversos padecimentos relacionados com os ossos e as articulações).
Num relatório elaborado sobre o estado de Agirre Agiriano, a Etxerat diz que «não é por acaso» que sofre de tantos problemas relacionados com os ossos ou as articulações. «As estruturas físicas das prisões tornaram possível esta situação: o chão de cimento, as celas pequenas, as escadas... afectam qualquer um e Jon é um exemplo claro disso».
Fonte: GaraControlos de guardas civis armados na subida ao monte Ernio
Montanhistas que no domingo de manhã faziam a subida ao monte Ernio afirmaram ao Gara que a Guarda Civil colocou vários controlos no caminho para o cume, começando pelo parking de Iturriotz. De acordo com alguns montanhistas, alguns chegaram a ser interceptados três vezes por agentes de uniforme e armados, que lhes pediram os documentos e lhes revistaram as mochilas que levaram.
Contaram que ficaram surpreendidos pelo facto de dois dos controlos estarem situados nos caminhos que conduzem até ao cume do monte Ernio (1075 metros), que fica entre os vales do Urola e do Oria (Gipuzkoa).
Alguns destes montanhistas disseram ter conhecimento de que intervenções semelhantes da Guarda Civil foram vistas, nos últimos tempos, em zonas de montanha próximas, como o maciço de Izarraitz.
Fonte: Gara