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Romualdo nasceu numa aldeia da Estremadura espanhola e, sendo camponês, emigrou ainda jovem para a capital alavesa em busca de uma vida melhor para ele e para os seus, refere a Ahaztuak, que o considera um exemplo dos «valores da dignidade, da solidariedade e da luta pelos direitos da classe operária». Dizia de si mesmo que era o «trabalhador da foice e do martelo», pois conhecia bem as duas ferramentas: «a foice da sua infância e da primeira juventude, a ceifar os seus campos e os dos outros, e o martelo do operário fabril já em Euskal Herria».
A Ahaztuak 1936-1977 destaca a «bondade» que caracterizava Romualdo, bem como a «dor permanente» resultante da morte do filho pelos «cães de uniforme ao serviço do patronato e do regime franquista, que estava a mudar de pele mas matava com a mesma ferocidade e impunidade».
«Romualdo foi, é, para nós exemplo e força», afirma a Ahaztuak, que recorda que Romualdo «não baixou a cabeça nem um milímetro» quando «pisou os tapetes dos gabinetes de tantos que "sentiam" a morte do seu filho mas nada mais faziam que dizer-lhe lindas palavras».
Romualdo deixou sempre bem claro que nada o ia afastar da exigência de verdade sobre o que se passou a 3 de Março de 1976 em Gasteiz, nem da exigência de justiça para todos os responsáveis pelo crime.
No final do texto, a associação afirma que Romualdo Barroso continuará a ser recordado «com o seu sorriso terno, a sua pronúncia estremenha e o seu grande coração», e que a sua memória continuará unida à «exigência de Verdade, Justiça e Castigo para os culpados». / Ver: Ahaztuak 1936-1977 via boltxe.info