terça-feira, 26 de abril de 2016

Gernika recordou o bombardeamento fascista de há 79 anos

Há 79 anos, o ataque aéreo da Legião Côndor alemã e da Aviação Legionária italiana, ao serviço dos fascistas espanhóis, provocou um número indeterminado de vítimas na vila biscainha, que foi arrasada pelas bombas e o fogo. Hoje, o município levou a cabo diversos actos evocativos.

As cerimónias promovidas pela Câmara Municipal de Gernika-Lumo iniciaram-se com uma homenagem a José Labauria, que presidia ao município na altura do bombardeamento. Depois, as autoridades locais voltaram a homenagear George Steer, jornalista britânico cujas crónicas deram a conhecer ao mundo os danos provocados pelo ataque.

Seguiu-se a entrega dos XII Prémios Gernika pela Paz e a Reconciliação, este ano atribuídos a José Mujica, ex-presidente uruguaio, que não pôde estar presente por motivos de saúde, e Francisco Etxeberria, antropólogo basco cujo trabalho contribuiu para a recuperação de 8500 esqueletos enterrados em valas comuns. Etxeberria dedicou o prémio a toda a sua equipa.

Durante esta cerimónia, o presidente da Câmara, José María Gorroño, pediu à União Europeia que «não vire as costas» aos refugiados que hoje fogem da guerra em busca de um futuro melhor.

Sirenes, sinos e quatro minutos de silêncioÀ tarde, frente à Fonte de Mercúrio, na Ponte de Errenteria, na Praça de São Cristóvão, no Astra e em vários outros pontos da localidade biscainha, os gernikarras fizeram quatro minutos de silêncio, durante os quais se ouviram as sirenes e os sinos como os que, há 79 anos, deram o alerta para a chegada da aviação inimiga. Também estava prevista uma oferta floral no cemitério e, ao fim do dia, a representação de uma peça de teatro de rua e uma manifestação silenciosa.

O bombardeamento de Gernika deixou um número indeterminado de mortos; a estimativa da organização local Gernikazarra aponta para 200. / Ver: eitb.eus e busturialdea.hitza.eus