Entre os dias 31 de março e 3 de abril, o movimento camponês basco Etxalde e sindicato agrário Ehne-Bizkaia, em parceria com o Instituto Hegoa, da Universidade do País Basco (UPV-EHU), realizaram a segunda etapa do curso Soberania Alimentar e Agroecologia.
Durante sua realização, organizações camponesas e urbanas presentes se solidarizaram com a classe trabalhadora brasileira ao entoar, em diversos momentos, o grito «NO AL GOLPE»!
A proposta do curso tem uma perspectiva territorial e, nessa primeira edição, todas as pessoas participantes eram bascas, mas era nítida a sensação de pertencimento à classe trabalhadora, o que gerou vários debates e vivências de cunho internacionalista, incluindo a preocupação com a conjuntura política brasileira, de risco de golpe de Estado e aumento de perdas de direitos. Além disso, Jornada Internacionalista reviveu o Massacre de Eldorado de Carajás, que em 2016 completa 20 anos de impunidade e lutas camponesas.
A turma, formada por 25 participantes de todas as idades, gênero e diferentes regiões do País Basco, estudou a agenda emancipadora da Soberania Alimentar, o modelo agroecológico, a educação e comunicação popular, além de dedicar tempo para trabalhar na definição de projetos coletivos de pesquisa a serem desenvolvidos nas próximas etapas do curso.
O curso é resultado de uma demanda dos movimentos e organizações camponesas do País Basco, vinculadas à Via Campesina, que, junto ao Instituto Hegoa da Universidade do País Basco, buscam formar quadros na perspectiva da educação popular para as organizações agrárias e urbanas que trabalham diferentes estratégias de transição agroeocológica.
Fortalecer e gerar alianças entre produtores e consumidores de alimentos com base na agroecologia também é um dos objetivos da formação, pois se entende que a Soberania Alimentar não é um tema que toca só a camponeses, mas, sim, a toda a sociedade, portanto é importante gerar espaços de debate, diálogo e articulação entre o campo e a cidade. / Ver: mst.org.br