Ontem, um grupo de duas dezenas de independentistas bascos participou, por sua iniciativa, no desfile comemorativo da revolução de Abril na Avenida da Liberdade. Posteriormente, ao fim da tarde, alguns jovens deste grupo foram atacados por fascistas portugueses no Bairro Alto. Foram atacados de surpresa e dois deles ficaram com ferimentos ligeiros. Durante as agressões, os seis jovens fascistas roubaram-lhes uma bandeira basca antifascista e fugiram rapidamente.
A Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) pôs-se rapidamente em contacto com um dos jovens para informar-se do estado físico e anímico do grupo atacado e expressar a sua solidariedade e o seu repúdio com esta agressão fascista. É, de facto, preocupante que 42 anos depois dos acontecimentos que derrubaram a ditadura mais longa da Europa se continuem a verificar fenómenos de violência fascista, racista e xenófoba.
A ASEH recorda que o processo revolucionário português abriu esperanças não só para os trabalhadores e o nosso povo mas também para muitos dos que combatiam as ditaduras fascistas no Estado espanhol e na Grécia. Muitos dos independentistas bascos que contactámos ao longo dos anos têm presente o impacto que teve a revolução de Abril nas suas vidas. Muitos visitaram o nosso país e expressaram a sua solidariedade com as sucessivas conquistas do nosso povo.
Nesse sentido, a ASEH condena a violência fascista e recorda que o fascismo não é um fenómeno que ficou enterrado no passado. Lembra também que estas agressões não foram obra da casualidade e que, provavelmente, interessava aos fascistas marcar esta data celebrando a violência com que convivemos durante os 48 anos de ditadura. Recordamos que a Constituição da República Portuguesa que agora cumpre 40 anos proíbe a existência de organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.
A luta é o caminho!
25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!