Por alegadamente «injuriarem» a Guarda Civil – através da pintura de um mural em que se denuncia a tortura –, oito pessoas foram detidas hoje, em Nafarroa, pela Polícia Nacional espanhola. Depois de várias horas de incerteza sobre a razão e a procedência da operação, a Delegação do Governo espanhol em Iruñea informou que a Polícia tinha agido por conta própria, sem ordem judicial.
De manhã, foram presos Mikel Otano, Esteban Gota, Itxaso Torregrosa, Julia Ibañez, Txelui Moreno e Ibai Moreno em Burlata, e Saioa Ibiriku em Iruñea. À tarde, Angel Mari Erro foi preso em Atarrabia, quando saía do trabalho.
Os detidos – que foram postos em liberdade depois de deporem na esquadra – estão ligados à denúncia da tortura no âmbito do processo 4/2014. Três deles – Julia Ibañez, Txelui Moreno e Ibai Moreno – são a mãe, o pai e o irmão de Iker Moreno, um dos envolvidos neste processo e que afirmou ter sido duramente torturado enquanto esteve detido. Recentemente, ele e os demais arguidos foram julgados, tendo chegado a um acordo para não irem parar à cadeia. (Mais info abaixo)
Inicialmente, a Polícia disse aos detidos que a operação tinha sido decretada por Fermin Otamendi, juiz com um currículo bem conhecido em Nafarroa – nomeadamente por ter levado a tribunal os «pescadores barbudos» que desfraldaram a ikurriña gigante no começo das festas de San Fermin de 2013 e pela operação lançada contra a Indar Gorri (torcida do Osasuna). Mas a Audiência de Nafarroa negou ter decretado a operação. Posteriormente, a Delegação do Governo espanhol revelou que a Polícia tinha agido por iniciativa própria. / Ver: argia e Berria
Ver também: «Cinco navarros aceitam "integração" e não têm de cumprir pena» (aseh)
terça-feira, 19 de abril de 2016
Polícia espanhola prendeu 8 pessoas por fazerem um mural contra a tortura
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