Um grupo de cidadãos conhecidos em diversas áreas da sociedade basca convocou uma manifestação para o dia 14 de Agosto, em defesa dos direitos de Euskal Herria, que partirá do Bulebar de Donostia às 17h30 com lema «Euskal Herriaren eskubideen alde». Como já é habitual, ano após ano, o primeiro dia da Aste Nagusia donostiarra será uma jornada de protesto e reivindicação, «porque nós, cidadãos, temos muito a dizer».
Iñaki Egaña, historiador e escritor, e Iratxe Retolaza, licenciada en Filologia Basca e professora da EHU-UPV, foram os porta-vozes de uma dezena de donostiarras, entre os quais se encontravam o linguista, escritor e político Jose Luis Alvarez Enparantza, Txillardegi, o bertsolari Unai Gaztelumendi, Juan Mari Beldarrain, da Eguzki, ou a imputada na parte económica do caso Egunkaria Ainhoa Albisu.
Na conferência de imprensa, que decorreu no Kafe Antzokia Doka de Donostia e na presença de um elevado número de jornalistas para este tipo de convocatórias, os cidadãos afirmaram que «Euskal Herria é um país que, não sendo dono do seu presente, não é dono do seu futuro». Acusaram os nacionalismos espanhol e francês de «negar» o presente e o futuro de Euskal Herria e, por conseguinte, «negar os direitos que nos assistem como povo». «Em nome da razão de Estado, negam direitos que são aceites a nível internacional», disseram.
Retolaza e Egaña salientaram que são estes dois estados que «condicionam constantemente» o presente de Euskal Herria, «atingindo aquelas áreas que são os pilares do nosso povo: o euskara, a cultura, a educação, a economia ou o desporto, entre outros».
Nessa linha, realçaram que nos últimos anos se deram «retrocessos evidentes no âmbito dos direitos civis e políticos». Mencionaram direitos fundamentais como a liberdade de expressão, os direitos de reunião e manifestação ou o próprio direito ao sufrágio. «Sofremos restrições de direitos que nos fazem viver numa situação de excepção não declarada», disseram.
Um ciclo de expectativa e esperança
Contudo, face a este panorama «tão negro», os porta-vozes consideraram que se está a abrir um novo ciclo de «expectativa» e «esperança» que conduz à «fase da solução e da democracia», tendo-se congratulado pelo facto de «se estarem a verificar avanços na acumulação de forças e na activação popular».
Ambos os representantes avaliaram como um facto positivo que diversas forças políticas bascas tenham saído da «trincheira da desconfiança» e tenham empreendido o caminho do trabalho político em comum, tomando como base aquilo que os une. Neste sentido, manifestaram que em Euskal Herria são «maioria» aqueles que apostam na superação «da actual situação de bloqueio, conflito e negação», tendo acrescentado que também são maioria aqueles que desejam «construir um futuro baseado no reconhecimento dos direitos de Euskal Herria e dos bascos».
Para os donostiarras que se reuniram na quarta-feira à volta desta convocatória, a construção de «um novo futuro» requer a «recuperação da soberania»; sendo assim possível, na sua opinião, definir políticas socioeconómicas para Euskal Herria, superar a corrupção política, desenvolver o euskara, gerir adequadamente o património cultural ou os recursos naturais para viver em harmonia com o meio, garantir a igualdade de género ou que selecções desportivas de Euskal Herria possam competir de forma oficial, entre outros aspectos.
Convencidos de que nem o Estado espanhol nem o francês «vão dar nada de graça», acreditam que em Euskal Herria existe uma massa social crítica disposta a dar passos e a vir para a rua em defesa dos direitos do povo.
Por fim, apelaram à acumulação de forças, porque julgam ser possível que, «tal como nos anos 70», a recuperação dos direitos surja a partir da união e da mobilização popular.
Janire ARRONDO
Fonte: Gara
Iñaki Egaña, historiador e escritor, e Iratxe Retolaza, licenciada en Filologia Basca e professora da EHU-UPV, foram os porta-vozes de uma dezena de donostiarras, entre os quais se encontravam o linguista, escritor e político Jose Luis Alvarez Enparantza, Txillardegi, o bertsolari Unai Gaztelumendi, Juan Mari Beldarrain, da Eguzki, ou a imputada na parte económica do caso Egunkaria Ainhoa Albisu.
Na conferência de imprensa, que decorreu no Kafe Antzokia Doka de Donostia e na presença de um elevado número de jornalistas para este tipo de convocatórias, os cidadãos afirmaram que «Euskal Herria é um país que, não sendo dono do seu presente, não é dono do seu futuro». Acusaram os nacionalismos espanhol e francês de «negar» o presente e o futuro de Euskal Herria e, por conseguinte, «negar os direitos que nos assistem como povo». «Em nome da razão de Estado, negam direitos que são aceites a nível internacional», disseram.
Retolaza e Egaña salientaram que são estes dois estados que «condicionam constantemente» o presente de Euskal Herria, «atingindo aquelas áreas que são os pilares do nosso povo: o euskara, a cultura, a educação, a economia ou o desporto, entre outros».
Nessa linha, realçaram que nos últimos anos se deram «retrocessos evidentes no âmbito dos direitos civis e políticos». Mencionaram direitos fundamentais como a liberdade de expressão, os direitos de reunião e manifestação ou o próprio direito ao sufrágio. «Sofremos restrições de direitos que nos fazem viver numa situação de excepção não declarada», disseram.
Um ciclo de expectativa e esperança
Contudo, face a este panorama «tão negro», os porta-vozes consideraram que se está a abrir um novo ciclo de «expectativa» e «esperança» que conduz à «fase da solução e da democracia», tendo-se congratulado pelo facto de «se estarem a verificar avanços na acumulação de forças e na activação popular».
Ambos os representantes avaliaram como um facto positivo que diversas forças políticas bascas tenham saído da «trincheira da desconfiança» e tenham empreendido o caminho do trabalho político em comum, tomando como base aquilo que os une. Neste sentido, manifestaram que em Euskal Herria são «maioria» aqueles que apostam na superação «da actual situação de bloqueio, conflito e negação», tendo acrescentado que também são maioria aqueles que desejam «construir um futuro baseado no reconhecimento dos direitos de Euskal Herria e dos bascos».
Para os donostiarras que se reuniram na quarta-feira à volta desta convocatória, a construção de «um novo futuro» requer a «recuperação da soberania»; sendo assim possível, na sua opinião, definir políticas socioeconómicas para Euskal Herria, superar a corrupção política, desenvolver o euskara, gerir adequadamente o património cultural ou os recursos naturais para viver em harmonia com o meio, garantir a igualdade de género ou que selecções desportivas de Euskal Herria possam competir de forma oficial, entre outros aspectos.
Convencidos de que nem o Estado espanhol nem o francês «vão dar nada de graça», acreditam que em Euskal Herria existe uma massa social crítica disposta a dar passos e a vir para a rua em defesa dos direitos do povo.
Por fim, apelaram à acumulação de forças, porque julgam ser possível que, «tal como nos anos 70», a recuperação dos direitos surja a partir da união e da mobilização popular.
Janire ARRONDO
Fonte: Gara