segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um jovem denuncia a Guarda Civil por ameaças e lesões


O Movimento pró-Amnistia divulgou na sexta-feira uma cópia da queixa apresentada por um jovem, habitante de Azkoitia (Gipuzkoa), na qual relata ter sido retido durante uma hora num controle da Guarda Civil, interrogado por diversas vezes e levado para um caminho onde o obrigaram a tirar a T-shirt e as calças. Pediam-lhe que colaborasse enquanto carregavam as suas armas.

Em finais de Julho, um jovem apresentou uma queixa no Tribunal de Azpeitia contra a Guarda Civil «pelas ameaças e lesões sofridas num controle». O habitante de Azkoitia, Asier Mujika, apresentou por escrito aquilo que sucedeu no dia 15 de Julho num controle policial. Relata que nessa mesma tarde agentes da Guarda Civil o retiveram durante mais de uma hora num controle de estrada em Azpeitia, quando se dirigia para Azkoitia, depois de ter estado em Ernio.

Segundo Mujika, suportou interrogatórios que se repetiram por diversas vezes. Perguntavam-lhe de onde vinha, para onde ia, com quem tinha estado... e ele respondeu-lhes sem problemas. A dada altura um guarda civil deu-lhe duas bofetadas enquanto dizia «não sejas tonto, este precisa é de levar no focinho».

Recriminavam-no por não estar a colaborar e o tratamento foi de mal a pior. Obrigaram-no a pôr-se de costas, olhando para o monte, e faziam-lhe perguntas sem parar. «Perguntavam-me o que é tinha contra a Guarda Civil e por que é que não colaborava com eles», relata. Para além disso, os agentes procuraram confundi-lo, colocando «as mesmas perguntas repetidamente, apenas alterando pequenos detalhes».

Outro agente da Guarda Civil, que Mujika garante não ter visto até essa altura no controle, aproximou-se por trás.
Este colocou-lhe as mesmas questões e, ao ver que o jovem não alterava as respostas, berrou-lhe: «nem penses em mentir à Guarda Civil». Entre dois agentes, o jovem foi levado por um caminho, onde o fizeram tirar a T-shirt e as calças, enquanto lhe pediam que colaborasse. Pouco antes das 22h00 os agentes disseram-lhe que se iam embora e que descesse pelo caminho dez minutos depois.

O Movimento pró-Amnistia, que recolheu e divulgou o testemunho do jovem azkoitiarra, afirmou que «são cada vez mais habituais» as denúncias deste tipo. «O seu objectivo é conseguir colaboração, informação política e disseminar o medo entre as pessoas», diziam.

Para o movimento anti-repressivo «estos controles constituem exibições de repressão e força, pelo que fizeram um apelo à sociedade no sentido os denunciar tanto nos tribunais como nos meios e comunicação.

O Movimento pró-Amnistia diz ainda que, para que em Euskal Herria «se possa dar um processo democrático, é necessário acabar com estas actuações».
Fonte: Gara

A Dignidad y Justicia pede dois anos de prisão para Tasio Erkizia
Depois de a Procuradoria espanhola ter pedido um ano e meio de prisão e oito de inabilitação absoluta para Tasio Erkizia, a Dignidad y Justicia veio pedir dois anos de prisão e doze de inabilitação. O dirigente da esquerda abertzale é acusado de um crime de «enaltecimento do terrorismo», que ambas as partes da acusação consideram que foi cometido numa homenagem a Argala realizada em Dezembro de 2008 em Arrigorriaga (Bizkaia).
De acordo com o documento das conclusões provisórias da associação de direita, os cartazes do acto continham frases que consideravam «imprescindível» a luta armada e argumentam que Erkizia disse que «era necessário recorrer à via que mais estragos causasse ao Estado».
Fonte: Gara