terça-feira, 17 de agosto de 2010

Regina Maiztegi sai em liberdade depois de se verificar que não existe sentença firme contra ela


A habitante de Soraluze (Gipuzkoa) Regina Maiztegi ficou em liberdade ontem ao meio-dia em Eibar depois de ter passado duas noites nos calabouços da Polícia espanhola em Donostia e de ter sido apresentada pelo Ministério do Interior como «membro da ETA».

Jon Telleria, encarcerado, enquanto Jon Kepa Preciado foi entregue

A libertação ocorreu depois de se constatar que nunca devia ter sido detida, já que a condenação inicial a seis anos de prisão decretada pela Audiência Nacional foi alvo de recurso no Supremo Tribunal espanhol e, desta forma, não é firme.

Não é esse o caso de Zugaitz Izagirre, que decidiu não recorrer da sentença. Em qualquer caso, também nesta detenção ficou em evidência o afã propagandístico das Forças de Segurança do Estado, já que foi apresentado como «foragido» à Justiça quando se encontrava de férias em La Pineda (Tarragona, Catalunya) juntamente com alguns familiares. Tal como Maiztegi, dirigia-se periodicamente ao Tribunal para assinar, pelo que estava perfeitamente e permanentemente localizado.

As detenções alcançaram um grande eco mediático, apesar de, desde o início, ter ficado claro que tinham sido detidos unicamente para cumprir pena, não se tratando de militantes da ETA. O Ministério do Interior, ao invés, definiu-os como «membros da ETA» e fontes policiais sublinharam que estavam foragidos, o que era claramente falso. Na verdade, Maiztegi foi detida quando saía da sua própria casa.

Ambos foram condenados na sequência de um julgamento no ano passado relacionado com uma das chamadas «operações preventivas», desencadeadas por uma lista de nomes encontrada pela Polícia francesa nas mãos de militantes da ETA detidos. Maiztegi e Izagirre foram presos por isso em 2003, e a Audiência Nacional julgou-os e condenou-os no ano passado.
Fonte: Gara via kaosenlared.net