Por causa das inspecções corporais aos familiares, foram múltiplas as vistas perdidas pelos presos no fim-de-semana passado. A mãe dos irmãos Gallastegi voltou para casa sem visitas depois de fazer 2300 quilómetros.
De acordo com os dados avançados pela Etxerat, mais uma vez foram inúmeros os presos bascos que perderam as visitas no fim-de-semana passado, em virtude das tentativas de inspecção corporal humilhante aos seus familiares em diversas prisões do Estado espanhol. Só na prisão de Almeria verificaram-se cinco casos, tendo os restantes ocorrido nos presídios de Cáceres, Castelló, Puerto I, Herrera, Almeria e Alacant.
Particularmente significativo é o caso de Orkatz Gallastegi, Lexuri Gallastegi e Irantzu Gallastegi. São todos irmãos e cada qual se encontra numa prisão diferente (Castelló, Alacant e Almeria, respectivamente), sendo que a sua mãe, Paula Sodupe, os foi visitar no fim-de-semana. Contudo, ao cabo de 2300 quilómetros, Sodupe regressou a casa sem abraçar os filhos, uma vez que se recusou a passar pela inspecção corporal humilhante a que a tentaram sujeitar nas três prisões.
Foi em Outubro do ano passado que esta medida começou a ser aplicada em força, na sequência de numa ordem para inspeccionar com apalpamento os familiares que pretendam fazer as visitas; e, por causa da recusa destes em se submeterem a esta humilhação, foram muitas as visitas perdidas desde então.
Para além das inspecções, estão também a tornar-se frequentes os controlos policiais apertados à entrada das prisões. Isso mesmo aconteceu aos familiares de Jon Enparantza nas últimas semanas. De acordo com o comunicado da Etxerat, o irmão de Enparantza foi alvo de um «controlo duro» por parte da Guarda Civil nas imediações da prisão, tendo sido interrogado sobre a sua ideologia e ouvido os insultos proferidos contra Enparantza, segundo denunciou. Para além disso, outros familiares de Enparantza têm tido de suportar controlos à parte.
Mobilizações
Por outro lado, na sexta-feira foram muitas as concentrações pelos presos. No dia anterior, 17 pessoas juntaram-se no bairro de Iturrama e 52 no da Txantrea (em Iruñea). Na sexta-feira, estiveram 90 pessoas em frente à Sabin Etxea, em Bilbo; 137 em Lekeitio; 130 em Zarautz (uma pessoa foi identificada pela Ertzaintza); em Getaria, 34; 36 em Mundaka; 262 em Ondarroa; 48 em Lazkao; 40 em Galdakao; 172 em Orereta; 48 em Aulesti; 40 em Berriozar; em Bera, 10; em Orio, 35; 230 em Iruñea; 7 em Gatika; 40 em Deba; 175 em Hernani; 194 em Gasteiz; 280 em Donostia; 20 em Baztan; e 62 em Etxarri-Aranatz.
Fonte: Gara
A Polícia espanhola reteve um autocarro que ia receber os presos Pardo e Insausti
Um autocarro, que partiu no sábado do bairro iruindarra da Txantrea com destino à Andaluzia para ali recolher dois conterrâneos que deviam ser libertados ontem, foi retido durante mais de uma hora pela Polícia espanhola. De acordo com as pessoas afectadas, os agentes identificaram os cinquenta passageiros e obrigaram-nos a descer, um a um, para serem revistados, inspeccionando ainda o conteúdo das suas mochilas.
Afirmaram que os agentes apreenderam as bandeirolas a favor do repatriamento dos presos, bem como os foguetes que levavam para dar as boas-vindas aos seus conterrâneos. Criticaram ainda os agentes por terem partido os paus das ikurriñas que levavam.
Estava previsto que Mikel Pardo e Tomas Insausti saíssem ontem em liberdade; o primeiro, da prisão de Granada e o segundo da de Córdova. Os seus familiares e amigos viajaram durante toda a noite para estarem ontem às portas de ambas as prisões para lhes dar as primeiras boas-vindas e trazê-los de volta para casa.
Amnistia Eguna em Deba
Por outro lado, coincidindo com as festas de Deba, decorreu no sábado o Amnistia Eguna no município guipuscoano. Depois de uma manifestação em que participaram cerca de 90 pessoas, foi feito um brinde pelos perseguidos políticos.
Fonte: Gara