quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A esquerda abertzale denuncia o «aproveitamento político» do incêndio de contentores e reitera a sua aposta


Na sequência da vasta ofensiva política e mediática desencadeada contra a esquerda abertzale após a queima de vários contentores em Zarautz, Azkoitia ou Gasteiz, esta força política emitiu uma nota em que considera que «por trás destes actos se esconde uma intencionalidade política de quebrar a dinâmica reivindicativa» pelos direitos de Euskal Herria ou pelos presos políticos bascos, que considera que estavam a ser «o elemento central deste Verão».

A nota denuncia o «aproveitamento político» que está a ser feito destes acontecimentos não esclarecidos para manter o actual bloqueio político, e acusa o Departamento do Interior de Lakua, autarcas, partidos e meios de comunicação que se juntaram a esta campanha de agirem «com total irresponsabilidade».

«Seja qual for o móbil» destes ataques, ocorridos na sua maioria no âmbito das festas, acrescenta que «a esquerda abertzale deixou bem clara a sua aposta inequívoca num processo democrático com a utilização de vias exclusivamente políticas e democráticas, pelo que qualquer acto que rompa esta estratégia se situa fora dela».

A pressão sobre os independentistas foi dirigida ontem pelo PP. Antonio Basagoiti afirmou que «o Batasuna engorda» com factos como a interlocução aberta com outros partidos abertzales, com as mobilizações que está a realizar ao longo do Verão ou com as declarações efectuadas recentemente por Brian Currin. O autarca em funções de Gasteiz, Juan Carlos Alonso, do PSE, também se distinguiu em acusar muito directamente a esquerda abertzale pela queima em Zaramaga (Gasteiz) de dois contentores na noite passada: «Hoje sabemos que se os chefes tocam a corneta e mandam parar, param, e se tocam a corneta e mandam arrancar, arrancam. Como tal, não enganam ninguém», afirmou.
Fonte: Gara
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Ver também: «A história - ou historieta - repete-se», de Ramón SOLA
A queima de contentores em Zarautz, Azkoitia ou Gasteiz passou a notícia política de destaque nas últimas horas com o intuito de pressionar a esquerda abertzale, apesar de ninguém ter apresentado nem um só elemento sobre a autoria ou o móbil e de as acções parecerem mais uma simulação de kale borroka que um exemplo clássico desta prática. Uma esquerda abertzale que, por outro lado, já tinha vincado uma posição após um ataque em Agurain há dois meses.