A esquerda abertzale escolheu a escadaria da Câmara Municipal de Bilbau para dar a conhecer, na quarta-feira, a leitura política que faz da regulamentação impulsionada pela Eudel [Associação de Municípios Bascos] para regular as festas populares e as txosnas; fê-lo ali por considerar que o «estandarte principal do PNV» nesta batalha é o seu autarca, Iñaki Azkuna. O eleito bilbaíno Borja Sarrionandia, o edil de Baracaldo Txiki Castaños e o seu homónimo de Durango Ritxar Alberdi foram as pessoas que apresentaram a reflexão independentista aos meios de comunicação, que estiveram presentes em grande número.
«Se alguma coisa para nós é clara é que por detrás desta norma se esconde uma inequívoca intenção de atacar o arraigado modelo festivo existente neste país. Este modelo festivo altruísta, popular, euskaldun e paritário, aberto a todos os cidadãos, ou seja, plural e que, como está bem à vista, o PNV tanto odeia», afirmou Castaños em castelhano. O vereador de Barakaldo disse que a atitude jelkide se fica a dever ao facto de «estarem mais à vontade nas festas organizadas pelas empresas dos seus companheiros de partido».
No entender da esquerda abertzale, o objectivo perseguido pela regulamentação da Eudel é «única e exclusivamente» fazer com que os autarcas tenham a última palavra nos programas que as comissões criam, e fazer com que os seus membros sejam os únicos responsáveis pelas situações que ali se possam gerar. «Essa é uma prática conhecida de todos e todas e que tem um nome muito, mas mesmo muito concreto: censura», sublinharam.
Sarrionandia e Castaños insistiram na ideia de que, subjacente ao impulso político da norma de regulamentação das festas, «existe uma claríssima ofensiva para apagar qualquer sinal de solidariedade, reivindicação, mensagem e simbologia (fotos, murais, etc.) da sociedade basca. Nesta estratégia - realçaram os independentistas - a Eudel quer converter os municípios e as comissões de festas em cúmplices e verdugos da censura e da limitação da liberdade de expressão».
Uma estratégia pouco original
A esquerda abertzale entende que a atitude beligerante dos jelkides não é nova. «O PNV andava há anos a tentar dar cabo do modelo festivo, participativo e popular; há anos a colocar obstáculos. E agora podemos dizer, de forma inequívoca, que o PSOE lhe abriu o caminho de par em par. O até agora estandarte principal do PNV na oposição às festas populares, o senhor Azkuna, tem agora novos defensores nalguns autarcas do PNV da Bizkaia, com a ajuda inestimável do presidente da Eudel, Jokin Bildarraitz», ressaltaram.
É neste contexto que situam a adaptação das normas festivas ou a sua criação em Plentzia, Getxo, Durango ou Ondarroa, que a esquerda independentista julga desnecessárias, ao não existirem motivos para a sua implementação. Face à aposta jelkide, propuseram a abertura de debates e a celebração de acordos sobre as normas com as pessoas e organizações que trabalham «sem descanso» à volta das festas.
«Fica claro que, por trás de tudo isto, há um ataque flagrante contra o modelo festivo, que querem todo privatizado e institucionalizado, impossibilitando os cidadãos de organizarem as suas festas», afirmaram. Tal postura, na sua opinião, iria ao encontro da limitação «incessante» de direitos que Euskal Herria vive, e cujas primeiras manifestações graves se viveram em 2009 em localidades como Bilbo, Gernika ou Lekeitio.
«Uma vez mais, o PNV mostra-nos a seu lado mais escuro, ao mais puro estilo 'senhor feudal' do 'posso e mando', e se, for a partir dos batzokis, melhor ainda», criticaram. «Não se percebe que as instituições que têm de estar ao serviço dos cidadãos e das cidadãs sejam usadas contra eles. Uma vez más - reiteraram - volta a ficar bem claro o conceito que o PNV tem de democracia e de participação».
Não perderam a ocasião para expressar o apoio às pessoas e organizações que nas localidades trabalham em prol das festas, para lograr que estas sejam euskaldunes, plurais e paritárias, «porque a partir das terras criaremos a Euskal Herria livre e mais solidária com que sonhamos».
Na sequência: «Azkuna não gostou da conferência de imprensa em frente ao seu gabinete»
Agustín GOIKOETXEA
Fonte: Gara
«Se alguma coisa para nós é clara é que por detrás desta norma se esconde uma inequívoca intenção de atacar o arraigado modelo festivo existente neste país. Este modelo festivo altruísta, popular, euskaldun e paritário, aberto a todos os cidadãos, ou seja, plural e que, como está bem à vista, o PNV tanto odeia», afirmou Castaños em castelhano. O vereador de Barakaldo disse que a atitude jelkide se fica a dever ao facto de «estarem mais à vontade nas festas organizadas pelas empresas dos seus companheiros de partido».
No entender da esquerda abertzale, o objectivo perseguido pela regulamentação da Eudel é «única e exclusivamente» fazer com que os autarcas tenham a última palavra nos programas que as comissões criam, e fazer com que os seus membros sejam os únicos responsáveis pelas situações que ali se possam gerar. «Essa é uma prática conhecida de todos e todas e que tem um nome muito, mas mesmo muito concreto: censura», sublinharam.
Sarrionandia e Castaños insistiram na ideia de que, subjacente ao impulso político da norma de regulamentação das festas, «existe uma claríssima ofensiva para apagar qualquer sinal de solidariedade, reivindicação, mensagem e simbologia (fotos, murais, etc.) da sociedade basca. Nesta estratégia - realçaram os independentistas - a Eudel quer converter os municípios e as comissões de festas em cúmplices e verdugos da censura e da limitação da liberdade de expressão».
Uma estratégia pouco original
A esquerda abertzale entende que a atitude beligerante dos jelkides não é nova. «O PNV andava há anos a tentar dar cabo do modelo festivo, participativo e popular; há anos a colocar obstáculos. E agora podemos dizer, de forma inequívoca, que o PSOE lhe abriu o caminho de par em par. O até agora estandarte principal do PNV na oposição às festas populares, o senhor Azkuna, tem agora novos defensores nalguns autarcas do PNV da Bizkaia, com a ajuda inestimável do presidente da Eudel, Jokin Bildarraitz», ressaltaram.
É neste contexto que situam a adaptação das normas festivas ou a sua criação em Plentzia, Getxo, Durango ou Ondarroa, que a esquerda independentista julga desnecessárias, ao não existirem motivos para a sua implementação. Face à aposta jelkide, propuseram a abertura de debates e a celebração de acordos sobre as normas com as pessoas e organizações que trabalham «sem descanso» à volta das festas.
«Fica claro que, por trás de tudo isto, há um ataque flagrante contra o modelo festivo, que querem todo privatizado e institucionalizado, impossibilitando os cidadãos de organizarem as suas festas», afirmaram. Tal postura, na sua opinião, iria ao encontro da limitação «incessante» de direitos que Euskal Herria vive, e cujas primeiras manifestações graves se viveram em 2009 em localidades como Bilbo, Gernika ou Lekeitio.
«Uma vez mais, o PNV mostra-nos a seu lado mais escuro, ao mais puro estilo 'senhor feudal' do 'posso e mando', e se, for a partir dos batzokis, melhor ainda», criticaram. «Não se percebe que as instituições que têm de estar ao serviço dos cidadãos e das cidadãs sejam usadas contra eles. Uma vez más - reiteraram - volta a ficar bem claro o conceito que o PNV tem de democracia e de participação».
Não perderam a ocasião para expressar o apoio às pessoas e organizações que nas localidades trabalham em prol das festas, para lograr que estas sejam euskaldunes, plurais e paritárias, «porque a partir das terras criaremos a Euskal Herria livre e mais solidária com que sonhamos».
Na sequência: «Azkuna não gostou da conferência de imprensa em frente ao seu gabinete»
Agustín GOIKOETXEA
Fonte: Gara