A iniciativa 1512-2012 Nafarroa Bizirik realizou em Iruñea um festival com actos festivos e reivindicativos, no decorrer do qual rendeu homenagem a «historiadores [de diferentes gerações] que trabalharam e trabalham na recuperação da história deste povo», sem esquecer os que já faleceram, como Jimeno Jurío, Goinetxe, Goñi Gaztanbide ou Lacarra.
Na homenagem, que teve lugar na Praça de San Francisco, os mais velhos estavam representados por Pedro Esarte Muniain e Tomás Urzainqui; os mais novos, por Idoia Arrieta e Iñaki Sagredo.Tendo em conta a proximidade do «500.º aniversário da conquista do reino de Navarra pelas tropas castelhano-aragonesas», a iniciativa leu um manifesto em que, entre outras coisas, insiste na necessidade de pedagogia: consideram uma «necessidade e um dever» divulgar que «a conquista de 1512 foi fruto da invasão violenta dos territórios navarros ainda independentes no século XVI e que, consequentemente, este país é, para todos os efeitos, uma colónia espanhola e francesa».
Estão convencidos de que «a maioria» dos navarros não conhece o que se passou há cinco séculos, porque, se o soubesse, «teria uma atitude diferente daquela com que encaram a realidade presente». Abasolo afirmou que as autoridades navarras, que se preparam para comemorar este quinto centenário com as espanholas, põem assim em prática um conhecido axioma: «Quem controlar o passado, controlará o futuro. E quem controla o presente, controla o passado».Os historiadores homenageados na jornada festiva da capital navarra também tinham coisas importantes para dizer: Urzainqui insistiu na ideia de que a actual situação («a necessidade de independência», «a partição em herrialdes», «as liberdades individuais e colectivas pendentes»...) é uma consequência daquela conquista sangrenta, tendo por isso incitado à recuperação da soberania da «Navarra inteira, de Erronkari a Enkarterriak». Por seu lado, Sagredo evocou a resistência e os valores dos soldados navarros que chegaram a lutar na Britânia ou na Albânia e pediu que se «mantenha esse espírito de querer continuar a ser livres, porque isso jamais nos vão arrebatar».
O Bildu considera, tal como a Nafarroa Bizirik, que aquilo que se passou em 1512 não ser pode entendido como algo passado: «Continuamos a não poder decidir democraticamente se queremos ou não construir um Estado independente», afirmou a deputada eleita Bakartxo Ruiz em declarações relativas a esta jornada. Também se mostra optimista: «Queremos, precisamos de ser livres, soberanos, e sê-lo-emos se formos verdadeiramente capazes de ir juntando forças populares para tornar realidade uma mudança política e social que deposite definitivamente nas mãos dos cidadãos o poder político que um dia nos foi arrebatado pelas armas».
Centenas de pessoas participaram no acto central e reviveram a época com a ajuda de actuações musicais, danças ou visitando a maqueta do castelo de Amaiur, símbolo da resistência navarra.