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Tendo em conta a proximidade do «500.º aniversário da conquista do reino de Navarra pelas tropas castelhano-aragonesas», a iniciativa leu um manifesto em que, entre outras coisas, insiste na necessidade de pedagogia: consideram uma «necessidade e um dever» divulgar que «a conquista de 1512 foi fruto da invasão violenta dos territórios navarros ainda independentes no século XVI e que, consequentemente, este país é, para todos os efeitos, uma colónia espanhola e francesa».
Estão convencidos de que «a maioria» dos navarros não conhece o que se passou há cinco séculos, porque, se o soubesse, «teria uma atitude diferente daquela com que encaram a realidade presente». Abasolo afirmou que as autoridades navarras, que se preparam para comemorar este quinto centenário com as espanholas, põem assim em prática um conhecido axioma: «Quem controlar o passado, controlará o futuro. E quem controla o presente, controla o passado».Os historiadores homenageados na jornada festiva da capital navarra também tinham coisas importantes para dizer: Urzainqui insistiu na ideia de que a actual situação («a necessidade de independência», «a partição em herrialdes», «as liberdades individuais e colectivas pendentes»...) é uma consequência daquela conquista sangrenta, tendo por isso incitado à recuperação da soberania da «Navarra inteira, de Erronkari a Enkarterriak». Por seu lado, Sagredo evocou a resistência e os valores dos soldados navarros que chegaram a lutar na Britânia ou na Albânia e pediu que se «mantenha esse espírito de querer continuar a ser livres, porque isso jamais nos vão arrebatar».
O Bildu considera, tal como a Nafarroa Bizirik, que aquilo que se passou em 1512 não ser pode entendido como algo passado: «Continuamos a não poder decidir democraticamente se queremos ou não construir um Estado independente», afirmou a deputada eleita Bakartxo Ruiz em declarações relativas a esta jornada. Também se mostra optimista: «Queremos, precisamos de ser livres, soberanos, e sê-lo-emos se formos verdadeiramente capazes de ir juntando forças populares para tornar realidade uma mudança política e social que deposite definitivamente nas mãos dos cidadãos o poder político que um dia nos foi arrebatado pelas armas».
Centenas de pessoas participaram no acto central e reviveram a época com a ajuda de actuações musicais, danças ou visitando a maqueta do castelo de Amaiur, símbolo da resistência navarra.