quinta-feira, 30 de junho de 2011

«Caso Bateragune»: Um inspector reconhece que a detenção de Rafa Díez não estava prevista

Um dos polícias que hoje foram depor na AN espanhola por causa do julgamento do «caso Bateragune» admitiu que o nome de Rafa Díez não figurava nos relatórios policiais e que a sua detenção não estava prevista. Também disse desconhecer a razão pela qual Amaia Esnal foi detida.

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O inspector policial que interveio nas detenções de 13 de Outubro de 2009 disse que «cinco ou seis dias antes da operação» apresentaram ao tribunal um relatório «definitivo sobre o assunto», que procurava provar que as reuniões que foram detectadas na sede do sindicato LAB eram «a continuação da Mesa Nacional do Batasuna».

O inspector não respondeu de forma clara, mas, até certo ponto, confirmou a tese do magistrado segundo a qual a operação já estava preparada antes de os acusados divulgarem pela Internet a proposta que ia ser debatida entre as bases da esquerda abertzale.

Reconheceu que no relatório prévio não figurava o nome de Rafa Díez e que a sua detenção não estava prevista. Ao ser questionado por Iñigo Iruin sobre a razão da detenção sem um mandado judicial, disse primeiro que a decisão tinha sido tomada pelo juiz Baltasar (Garzón) no decorrer dos acontecimentos, mas, depois de terem insistido na questão, disse que a decisão coube à «operação» policial.

Esse mesmo agente disse que, por um lado, existia o órgão denominado Bateragune e, por outro, a Mesa Nacional, sendo que a Procuradoria defende que esse tal Bateragune era precisamente a nova Mesa Nacional ou direcção da esquerda abertzale.

Amaia Esnal
Questionado sobre o facto de o nome de Amaia Esnal também não aparecer no relatório policial e sobre o motivo da sua detenção, o polícia admitiu não saber.
No final do seu depoimento, ficou claro que foram à sede do LAB em Donostia com sete mandados de detenção e que saíram de lá com dez detidos.

Um outro polícia, que participou na detenção e transferência de Rafa Díez, disse no tribunal especial que não se lembrava de nada.
Notícia completa: Gara

«Duas detenções sem mandado provam que Garzón e a Polícia iam improvisando», de Ramón SOLA (Gara)

Manifestação Nacional, dia 2 de Julho, em Donostia
Não aos julgamentos políticos, sim às soluções!

«A esquerda abertzale, EA, Aralar e Alternatiba apelam à mobilização contra o julgamento do "caso Bateragune"» (boltxe.info)
Numa declaração conjunta, a esquerda abertzale, EA, Aralar e Alternatiba fizeram um apelo aos cidadãos para que participem no Aske Gunea que tem estado a decorrer na Praça Zuloaga, em Donostia, e na manifestação nacional que terá lugar no sábado também na capital guipuscoana.

«Special issue about the "Bateragune case"» (basquepeaceprocess.info)

Leituras:
«8719600510», de Carlo FRABETTI, escritor e matemático (lahaine.org)
É o número de recluso de Arnaldo Otegi, o número a que o neofascismo espanhol quer reduzir um dos políticos mais lúcidos e coerentes das últimas décadas.

«Bajo la amenaza con injuria», de Antonio ALVAREZ-SOLÍS, jornalista (Gara)
Por uma questão de honestidade profissional, leio ou ouço com paciência e boa vontade os jornais e emissoras do Regime.

«De los nervios», de Maite SOROA (Gara via lahaine.org)
Não pensem que estou a armar-me em pitonisa, mas já adivinhava que o julgamento de Otegi e os seus ia mexer com os nervos de umas quantas.