O professor universitário Paco Letamendia, Ortzi, Edurne Brouard, Aitziber Blanco (Lokarri), Jesús Uzkudun (CCOO) e os escritores Laura Mintegi e Joxean Agirre leram, em Bilbo, um manifesto apoiado por pessoas que trabalham em diversas áreas e que exigem uma «mínima normalização política e democrática» como uma «prioridade máxima».
Nesse contexto, lembraram o mandado europeu decretado contra Aurore Martin, que pode ser condenada no Estado espanhol a 12 anos de prisão, ao ser acusada de fazer declarações políticas em nome do Batasuna.
«Com o pretexto da "luta antiterrorista", ambos os estados e as suas estruturas judiciais criminalizaram a actividade política», denunciaram, manifestando em seguida a sua solidariedade à militante independentista, que há poucos dias decidiu regressar à vida pública, e fazendo um apelo à sociedade basca para que este sábado esteja presente no acto que terá lugar na Sala Iraty, em Biarritz, em seu apoio.
No que diz respeito ao Estado espanhol, fizeram referência ao denominado «caso Bateragune», no âmbito do qual oito militantes políticos bascos irão ser julgados na Audiência Nacional espanhola a partir de 27 de Junho, e a mais um «julgamento político» de 17 jovens de Oarsoaldea (Gipuzkoa), acusados de pertencer à Segi, e que serão julgados este Verão.
«Perante estas ameaças, que constituem uma agressão directa ao processo de paz em curso», anunciaram que nos próximos dias vão convocar mobilizações com o lema «Euskal Herria libre eta legala. Eskubide guztiak guztiontzat» (O País Basco livre e legal. Todos os direitos para todos).
Articular um movimento
Numa leitura mais ampla, os presentes aplaudiram «o trabalho conjunto fomentado em Ipar Euskal Herria; um trabalho pacífico, amplo, integrador e que teve como ponto comum a defesa dos direitos de todas as pessoas». Neste sentido, desejaram para toda Euskal Herria, e em especial para Nafarroa, Gipuzkoa, Bizkaia e Araba, «a unidade e o impulso ali demonstrados em defesa de Aurore e da juventude basca. Aplaudimos o alento e a determinação manifestados por tantas pessoas e representantes políticos, para lá das suas diferenças ideológicas», disseram.
Em seu entender, «para conseguir uma mínima normalização política e democrática, são uma prioridade máxima as iniciativas políticas inclusivas, as decisões corajosas, o abandono definitivo da repressão e da violência, a legalização de todos os projectos e ideias e a mudança da política penitenciária».
Fonte: Gara