O encontro estava marcado para as 17h00 mas a manifestação partiu da Praça dos Bascos com mais de meia hora de atraso, encabeçada por uma faixa em que se exigia «respeito pelos direitos civis e políticos» e que foi levada por eleitos de diversas forças políticas, sindicalistas e Aurore Martin.
Atrás deles seguiam os membros do Colectivo contra o Mandado Europeu, com uma outra faixa em que se lia «Aurore libre etxean» [Aurore livre e em casa], o mesmo lema que figurava nos cartazes cor-de-laranja que os manifestantes exibiam. Os «indignados» acampados em Baiona também levaram uma faixa.
Quando, pouco passava das 17h00, Aurore Martin apareceu na Euskaldunen Plaza acompanhada pela sua irmã, foi recebida com uma forte salva de palmas. Muitos cargos eleitos foram então cumprimentá-la e abraçá-la, para lhe mostrar o seu apoio.
A militante do Batasuna confessou sentir-se emocionada e ao mesmo tempo espantada porque, segundo disse, não estava à espera de que tanta gente aparecesse. Disse também ter consciência daquilo que a espera, mas salientou que «a batalha política e a da mobilização já estão ganhas», tendo-se mostrado disposta a «ir até ao fim».
Ampla representação institucional
Na manifestação esteve presente uma vasta representação do PS, em que se incluía o conselheiro regional Mathieu Bergé; os vereadores de Baiona Martine Bisauta, Colette Capdevielle e Gerome Aguerre; e os conselheiros gerais Marie Christine Aragon e Christophe Martin, entre outros.
A esquerda abertzale também enviou uma grande representação: Jean Claude Agerre, Miren Legorburu, Xabi Larralde, Aitor Bezares... A estes juntavam-se os vereadores abertzales Ixabel Etxeberria e Philippe Aramendi, entre outros.
Yvette Debarbieux, edil do PC em Donibane Lohizune; Alice Leiziaguezahar e David Grosclaude, conselheiros regionais pela Europe Ecologie; Mertxe Colina (AB); Isabelle Larrouy, presidente regional da Cimade; e a presidente da Liga dos Direitos Humanos em Ipar Euskal Herria foram outras personalidades que aderiram à mobilização, em que também participaram membros do NPA, Askatasuna, Anai Artea, Autonomia Eraiki e organizações sindicais como CFDT, CGT, Solidaires e LAB.
A mobilização terminou junto a Chao Pelletier, onde se encontram acampados os «indignados» de Baiona. Ao clamor de «Aurore, herria zurekin» [Aurore, o povo está contigo], a militante independentista e os eleitos e restantes personalidades que lideraram a manifestação subiram ao palco, altura em que a emoção e os aplausos se voltaram a fazer sentir de forma intensa.
Anaiz Funosas (Askatasuna) e Claude Larrieu (NPA) tomaram a palavra em nome do Colectivo contra o Mandado Europeu para louvar «a coragem» de Martin.
Na sua intervenção, afirmaram que o Estado e a Justiça franceses violaram liberdades fundamentais como a de reunião e de opinião, e aceitaram a entrega de Aurore Martin a um Estado «que recorre à tortura e a leis de excepção».Consideram «vergonhosa» a tentativa de detenção de terça-feira passada, e tiveram também palavras de apoio para os oito militantes independentistas que vão ser julgados no âmbito do «caso Bateragune», e pediram a Paris e Madrid que, neste contexto de mudança que se vive em Euskal Herria, abandonem a sua estratégia repressiva.
Também em Maule
A mobilização de Baiona não foi a única que teve lugar hoje em solidariedade com Aurore Martin. Em Maule, sua terra natal, cerca de 130 pessoas também se manifestaram para, dessa forma, lhe expressarem o seu apoio.
Fonte: Gara