sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um documentário dá voz às vítimas de agressões perpetradas por elementos de extrema-direita

Ojos que no ven. Víctimas del fascismo desde la transición recorda cerca de cem mortos, três dos quais bascos, e milhares de pessoas agredidas.
Gara, Bilbo * E.H.
Foi apresentado ontem, em Bilbo, o documentário Ojos que no ven. Víctimas del fascismo desde la transición, realizado por Luis Moles, que dá voz às vítimas de agressões perpetradas por elementos da extrema-direita espanhola desde 1975 até hoje.
O filme evoca as cerca de cem mortes que se verificaram ao longo destes anos – entre as quais se contam as de três cidadãos bascos, como é o caso de Aitor Zabaleta, adepto da Real Sociedad que morreu às portas do estádio Vicente Calderón, em Madrid – e as milhares de agressões sofridas por defensores dos direitos humanos, gente de esquerda, homossexuais, transexuais, imigrantes, sem-abrigo, independentistas ou, muito simplesmente, jovens.
O fio condutor do documentário reside nas entrevistas a vítimas da extrema-direita espanhola desde Novembro de 1975 até hoje. As entrevistas aos especialistas e profissionais (jornalistas, historiadores, membros de organizações populares e ONG) apresentam reflexões e dados para contextualizar e situar no tempo e no espaço as histórias relatadas na primeira pessoa.
Fonte: SareAntifaxista

Entretanto, no Parlamento de Gasteiz, PSE, PP e UPyD votaram contra uma proposta apresentada por PNV, Aralar, EA e EB que visava reconhecer as pessoas afectadas pelos acontecimentos de 3 de Março de 1976 em Gasteiz como «vítimas do terrorismo». (Ver Gara.)

A Martxoak 3 Elkartea – Asociación de Víctimas del 3 de Marzo pronunciou-se sobre a votação, considerando que «a impunidade permanente sobre o massacre policial ocorrido em Março de 1976, quando a Polícia assassinou cinco trabalhadores vitorianos, não é mais que a ponta do iceberg de uma estratégia de encobrimento e de esquecimento que pretende ocultar as múltiplas expressões do terrorismo de Estado ocorrido nas últimas décadas.
As desculpas esgrimidas por PSE-PSOE, PP e UPyD no Parlamento de Gasteiz, no debate sobre o reconhecimento dos assassinados pela Polícia em Março de 1976 como vítimas do terrorismo, foram mais um exemplo do referido modelo de impunidade e encobrimento. Denunciamos a hipocrisia destes grupos porque, apesar de expressarem a sua solidariedade aos afectados e repetirem por diversas vezes a condenação formal da criminosa actuação policial de 1976, logo a seguir defendem a categorização das vítimas e do seu tratamento em função da origem do causador da violação dos direitos humanos.»
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