segunda-feira, 13 de junho de 2011

Espanha derrotada nas instituições municipais bascas

Depois da avalanche independentista que arrasou o mapa eleitoral das autarquias bascas, chegou a tomada de posse. Nesta manhã, a esquerda independentista basca, coligada com o Eusko Alkartasuna e a Alternatiba, regressou, até ao momento, ao poder em dezenas de localidades, donde havia sido apartada pela arquitectura judicial fascista do Estado espanhol. Foi essa mesma estrutura, herdeira do franquismo e submetida aos interesses do PP e do PSOE, que foi obrigada pelas circunstâncias a não alargar a proibição a um espectro político com um apoio cada vez maior.

Nesta manhã, o Bildu também arrebatou várias localidades que antes pertenciam ao PP, ao PSOE e ao PNV. Num número reduzido, estes três últimos partidos pactuaram para impedir a tomada de posse dos independentistas bascos. Foi o caso de Elorrio, onde a população apupou os três partidos ao grito de “espanhóis” e “fascistas”. Mas, neste jogo perigoso, o PNV foi obrigado a alguma perícia. Não pode mostrar-se aliado de Espanha mas também não consegue admitir ter passado de primeira força para segunda em número de eleitos. É a derrota estampada no rosto daqueles que condenaram o povo basco ao ostracismo durante décadas.

Não admira, pois, que em muitas localidades, como Errenteria, onde governava o PSOE, o povo tenha acorrido às portas da autarquia para aplaudir o novo executivo do Bildu e para vaiar os representantes do espanholismo. Só acalmaram quando desceu o executivo da esquerda independentista ao grito de “independência” e de “presos bascos para o País Basco”. Esta manhã, o povo enche os plenários de eleição e constituição do novo poder autárquico. Onde antes eram vítimas de cargas policiais e detenções, agora são recebidos como sendo os parteiros do futuro.

Em Donostia, o novo presidente é Juan Karlos Izagirre, um médico do Bildu. Apareceu no plenário com um crachá de apoio aos presos políticos bascos e já se sabe que vai mandar retirar a velha faixa do edifício da autarquia que diz “ETA não”. Em Ondarroa, os jovens que vão assumir o executivo estão ligados ao movimento okupa. Em Lizartza, onde há quatro anos o PP tinha vencido com 27 votos devido à ilegalização dos 205 votos da esquerda independentista, ninguém esqueceu os que foram agredidos e detidos em manifestações contra a bandeira espanhola, coisa nunca antes vista por aquelas bandas. Há minutos, caía a bandeira espanhola e subia-se a ikurriña, a bandeira nacional basca, sob uma chuva de aplausos.

Bruno CARVALHO
Fonte: 5dias.net

Lizartzan. Aupa zuek!


«O Bildu consegue 59 das 86 autarquias em jogo em Gipuzkoa», de Oihane LARRETXEA (Gara)

«O PNV mantém a hegemonia, mas cedendo espaço ao Bildu na Bizkaia», de Agustín GOIKOETXEA (Gara)

«O Bildu torna-se forte no Norte de Nafarroa e a UPN no Sul» (Gara)

[Ainda:] O P$N entrega Nafarroa à UPN, de extrema-direita
O desprezo pela Memória Histórica de Nafarroa torna-se mais que evidente quando os herdeiros políticos daqueles que encheram as valetas de Nafarroa recebem tal presente desta cambada de parasitas sociais e escória humana que é o P$N... em Nafarroa.
Lizarra * E.H.
O P$N entregou à UPN, de extrema-direita, várias autarquias importantes de Nafarroa, como Zizur Nagusia, Tafalla, Lizarra, Barañain, Eguesibar e Iruñea, não apresentando candidato ou votando em branco.
Ao todo os «ultras» espanholistas têm 25 autarquias com maioria absoluta e mais 18 em que são a lista mais votada.
Fonte: SareAntifaxista / [Tira de Tasio, no Gara]