terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Afirmam que as presas políticas bascas «estão particularmente expostas aos abusos nas prisões»

Numa conferência de imprensa que decorreu na capital de Araba, diversos colectivos gasteiztarras denunciaram a situação das presas políticas bascas.

«Neste caso, não queremos cair no mesmo erro de outras vezes, partindo do princípio que, quando se denunciam as situações nas prisões, se incluem sempre as das mulheres», referiram. Segundo sublinharam, «quando a presa política é mulher, é tratada de forma diferente desde o momento da detenção pelo simples facto de o ser», e essa situação «mantém-se» na prisão.

Em euskara e castelhano, lamentaram que nas prisões do Estado espanhol, «para além das discriminação que representa a falta ou escassez de espaços, infra-estruturas e serviços destinados às mulheres (...), as suas próprias necessidades não sejam tidas em conta, no que à saúde sexual e reprodutiva diz respeito».

«Os carcereiros, quando lidam com os presos, fazem-no numa perspectiva de homens, recorrendo à força física para os dominar, mas, quando se trata de lidar com uma mulher, à violência física junta-se a humilhação e a violência sexual, o que faz das mulheres presas as maiores vítimas destes lugares de sujeição e aniquilamento das vontades, das identidades e das liberdades; assim, as mulheres presas políticas bascas estão particularmente expostas a sofrer abusos nas prisões», criticaram.

Gotzone López de Luzuriaga
Estes colectivos referiram-se ao caso concreto da alavesa Gotzone López de Luzuriaga, que tem cancro da mama e que se encontra actualmente na prisão de Martutene.
A López de Luzuriaga, que foi encarcerada em 1989, «foi-lhe aplicada a doutrina Parot ao cabo de 22 anos na prisão», como referiu a representante destes colectivos, Alitxu Martínez del Campo, tendo agora a saída marcada para 2019.
Martínez del Campo disse que, desde que lhe foi diagnosticada a sua doença, López de Luzuriaga «teve dificuldades para receber um tratamento em condições dignas e humanas», na medida em que «se verificaram repetidos atrasos, suspensões e problemas nas transferências e nas consultas».

Finalmente, estes colectivos anunciaram a sua participação na manifestação em favor dos presos convocada em Bilbo para este sábado, dia 7 de Janeiro. / Fonte: Gara

Solidariedade com Gotzone López de Luzuriaga, Jose Angel Biguri e Txus Martin
Mobilização até Martutene: «Gotzone, Biguri eta besteak askatu»
No sábado de manhã, centenas de pessoas participaram nas marchas até às prisões de
Martutene (Donostia) e de Zaballa (Iruña Oka). Foi a primeira vez que esta iniciativa teve como destino esta última prisão, encravada no município alavês referido, pois entrou em funcionamento há pouco tempo.
Os participantes nestas marchas levaram bandeirolas em que se exigia o repatriamento de todos os presos, e também faixas em que se reclamava a libertação imediata dos presos que se encontram gravemente doentes e daqueles que já cumpriram as penas a que foram condenados. Entre os primeiros, encontram-se Gotzone López de Luzuriaga, Txus Martin e Jose Angel Biguri, a quem foram dirigidas muitas das mensagens de solidariedade lançadas através dos muros. / Fonte: SOS Txus Martin e Egin Dezagun Bidea Donostia

Fotos: Martuteneko espetxera martxa (aiaraldea.com)

Fotos: Zaballako espetxera martxa (SOS Txus Martin)