sexta-feira, 12 de julho de 2013

A juíza do Tribunal de Toulouse decreta o arquivamento do «caso Jon Anza»

A juíza do Tribunal de Toulouse responsável pela instrução do caso do desaparecimento de Jon Anza, Miryam Viargues, decretou o encerramento do processo, depois de, em Fevereiro último, a Procuradoria ter solicitado o arquivamento do caso, sem que tenham sido esclarecidas as circunstâncias do falecimento do militante basco. Os advogados consideram que o caso não está resolvido e recorreram da decisão da magistrada.

Os advogados da família do militante da ETA desaparecido afirmam que a magistrada reconheceu a existência de anomalias no caso, mas que se recusa a investigá-las. Afirmam ainda que a juíza considera que Jon Anza faleceu de morte natural.

Três anos depois do desaparecimento de Anza (18 de Abril de 2009), ainda não há resposta para algumas das perguntas colocadas pela família, que diz existirem várias zonas sombrias sobre o caso. Perguntam por que não investiga as razões pelas quais o corpo de Anza apareceu dez meses depois da sua morte, por que se recusa a investigar as partes que ela mesma apresentou aos familiares como anomalias ou por que razão não investiga a integração de Anza na ETA e os motivos do seu desaparecimento e da sua morte.

Jon Anza desapareceu no dia 18 de Abril de 2009 e os seus restos mortais foram encontrados no 11 de Março de 2010 numa morgue de Toulouse. A versão oficial sustenta que no dia 29 de Abril de 2009, dez dias depois de Anza ter chegado a Toulouse num comboio proveniente de Baiona, uma patrulha da Polícia Local viu uma pessoa que lhe chamou a atenção. Era meia-noite e o Boulevard Strasbourg, onde Jon Anza foi encontrado com sintomas de desfalecimento, não era um local muito frequentado. Anza apareceu deitado sobre o jardim, e os polícias avisaram os

serviços de urgência. Os bombeiros e o SAMU apareceram no local. Perdeu a consciência. Deram-lhe uma massagem cardíaca. Foi reanimado e levado sem demora para o Hospital Purpan. Faleceu neste centro hospitalar a 11 de Maio sem ter recuperado a consciência.

No entanto, antes e depois das duas datas-chave - 18 de Abril e 11 de Maio - as dúvidas e as questões amontoam-se. As perguntas sucedem-se, mas não existem respostas. / Ver: naiz.info  

DOSSIER: «Zonas sombrias» / «Jon Anza : les zones d'ombre» (Lejpb)
Em Março deste ano, Le Journal du Pays Basque publicou um extenso dossier sobre o «caso Anza», no qual destaca novas falhas da investigação judicial.  

Ver também: «'Anza kasua' itxi du Tolosako epaileak» (Berria)