Depois de, na quinta-feira, a AVT ter solicitado a proibição do tradicional brinde aos presos no dia do txupinazo das festas de San Fermin em Iruñea [Pamplona], na sexta-feira à tarde o tribunal de excepção espanhol decidiu ilegalizar o acto, o que fez com que essa manifestação de solidariedade e agradecimento da parte daqueles que passaram pela prisão assumisse uma nova forma.
O brinde, que é feito no início das festas por um dos presos que saíram da cadeia nos últimos 365 dias, foi feito por Fran Balda, representante do Herrira, para assim contornar a proibição vinda de Madrid. Os membros do Herrira tomaram a iniciativa a seu cargo, e foram eles que fizeram brindar as centenas de pessoas reunidas nas imediações da Herriko e da Arrano Elkartea; um mar de gente que, desta forma, fez questão de mostrar o seu apoio aos presos e refugiados, desafiando as proibições e «deixando claro que a solidariedade não é nenhum crime».
Fran Balda quis recordar todos aqueles que se encontram na cadeia a centenas de quilómetros de casa, bem como as dezenas de bascos que não podem regressar a casa e não podem gozar estas festas. Apesar de, este ano, o brinde ter tido outros matizes, foram muitas as centenas que a eles brindaram.
Herri Harresia / Muro Popular, presente
Para além dos presos e dos refugiados, também se quis recordar as dezenas de pessoas que correm o risco de ir parar à prisão. Os lenços cor de laranja, a cor-símbolo da resistência civil face à violação de direitos, estavam nos ombros da maioria dos iruindarras que participaram no brinde «sanfermineiro».
Recorde-se que cinco jovens de Iruñerria podem ir parar à prisão depois de terem sido condenados a seis anos de prisão pela AN espanhola; aguardam agora pela decisão do Supremo Tribunal, que no dia 3 se reuniu para estudar o seu recurso. Também Josu Esparza se encontra em risco de detenção e encarceramento, depois de ter sido condenado a um ano de prisão por mostrar a foto de um preso basco na Korrika de 2009. / Ver: Gara