Os cinco jovens navarros ontem detidos em Iruñerria [Comarca de Pamplona] por incidentes ocorridos durante o txupinazo dos sanfermines na Praça do Município afirmaram que as suas detenções foram «arbitrárias» e acusaram a UPN de as ter «publicitado para esconder as suas misérias à sociedade». Um dos detidos disse ter sido agredido e ameaçado na esquadra.
Numa conferência de imprensa em Iruñea, dezenas de pessoas expressaram o seu apoio aos cinco jovens: Endika Garai, Ekaitz Esteban, Eneko Pérez, Jon Karmelo Lizarazu e Artzai Santesteban, que hoje foram postos em liberdade e denunciaram o que se passou.
Santesteban leu um comunicado no qual se destaca que, desde as primeiras horas de dia 6 de Julho, dia em que arrancaram as festas de San Fermin, «se pôde ver quais eram as intenções» da UPN e do autarca de Iruñea, Enrique Maya. Concretamente, denunciaram a atitude «insolente» da Polícia, que se esforçou para impedir a presença de qualquer manifestação contrária «ao regime imperante na cidade».
Nesse sentido, realçaram a «imagem distorcida» que se passava dos sanfermines. «Pouco importava que a poucos metros não se respeitasse o direito da mulher a participar em igualdade de condições na festa», enfatizou, em alusão às imagens de várias mulheres semi-nuas que se viram no dia do txupinazo aos ombros de vários homens, enquanto gente em redor lhes arrancava a roupa ou tocava no seu corpo com total impunidade. Sobre estes acontecimentos, Maya negou esta mesma semana que se tratassem de agressões sexuais.
Consideram que a atitude «prepotente e violenta» de alguns tipos de uniforme contra «símbolos da nossa terra aviva os instintos mais baixos de alguns exaltados que pensam que podem agir contra a liberdade de expressão dos cidadãos, como mostram os incidentes protagonizados por uma pessoa na Praça do Município».
A detenção destes cinco jovens está relacionada com «desordens públicas» que ocorreram na Udaletxe Plaza no dia 6 de Julho, na sequência de uma desavença entre pessoas que mostraram uma bandeirola a favor dos presos e uma que a quis cortar com um cutter.
Segundo referiram, «é esse incidente que a UPN pretende utilizar para tentar esconder as suas vergonhas, que vão dos casos de corrupção cada vez mais evidentes até à perseguição das pessoas que não partilham as suas ideias, passando pela sua incapacidade de gerir as instituições que governa em minoria».
Por isso, pediram às pessoas que «não se deixem enganar» e que não deixem que «as atenções se desviem por causa de detenções totalmente arbitrárias, publicitadas com antecedência para esconder as suas desgraças da sociedade e como consequência da birra de Maya».
Os cinco jovens denunciaram publicamente as agressões e ameaças sofridas por um dos detidos. Trata-se de Endika Garai, que levou «socos, foi agredido e constantemente ameaçado desde que foi detido até ser levado para a esquadra».
Terminaram a conferência de imprensa avisando que não vão «aceitar uma Iruñea em que as violações dos direitos fundamentais façam parte do dia a dia». / Fonte: naiz.info
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Os jovens de Iruñerria afirmam que as suas detenções foram «completamente arbitrárias»
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