terça-feira, 9 de junho de 2009

As irregularidades detectadas no registo dos votos podem alterar a contagem final


Os resultados oficiais provisórios divulgados pelo Ministério espanhol do Interior estão gerar inúmeras denúncias de irregularidades cometidas na contagem e no registo dos votos da candidatura II-SP, tanto em Euskal Herria como no Estado espanhol, o que poderá alterar o escrutínio final das eleições europeias, assim que a Junta Eleitoral resolva as impugnações apresentadas. É também bastante significativo o espectacular aumento de votos nulos e brancos em relação às eleições de 2004.

Comentário de Josu Juaristi: Pobre União Europeia

Comentário de Maite Ubiria: Fotografia a vermelho, verde e branco

Editorial: Os resultados voltam a mostrar por que Euskal Herria é uma nação na Europa

Os dados que o Gara publicou ontem tanto na sua edição impressa como na sua página de Internet são os dados oficiais provisórios que o Ministério espanhol do Interior divulgou, e não serão definitivos até que a Junta Eleitoral Central estude e resolva as impugnações e os proclame oficialmente. Além disso, a eles haverá que juntar os votos dos residentes no estrangeiro.

Ao Gara chegou o conhecimento da ocorrência de numerosas irregularidades no registo dos votos em vários municípios bascos, o que poderia alterar o resultado oficial.

Já no domingo à noite, membros da Iniciativa Internacionalista tinham verificado que ocorreram erros significativos no registo do escrutínio em várias localidades, que serão levados à Junta Eleitoral para a respectiva correcção.

Se se confirmar o alerta lançado, a lista da II-SP poderia ter ainda vários milhares de votos em Euskal Herria e superar o PP na Comunidade Autónoma Basca.

Mais concretamente, notou-se a transferência mais que suspeita em colégios de Villabona, Mungia, Usurbil, Elgoibar, Eibar, Legazpia, Mendaro, Etxalar, Abadiño, Orereta e Amezketa, entre outros.

Em muitos destes casos, o erro consistia na atribuição dos votos da II-SP a outra candidatura situada junto a ela na acta de registo. Assim, em diversas localidades a “beneficiária” era a lista de extrema-direita Democracia Nacional, que obtinha dezenas de votos em localidades em que nunca teve qualquer implantação, como em Abadiño, onde alcançou 33 votos (1,38%).

Em Amezketa ganha o POSI e a II-SP não tem nenhum voto
Por exemplo, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Interior, em Amezketa a Iniciativa Internacionalista-Solidaridad entre los Pueblos não obteve um único voto, enquanto o POSI foi a força mais votada, com 113 votos. Em 2004, a lista abertzale Herritarren Zerrenda (que foi anulada) obteve 144 votos.

Segundo impressões obtidas pelo Gara já depois da meia-noite, a reiteração deste erro chamou a atenção de quem estava rever as listas. Representantes da II-SP mostravam ainda o seu espanto pelos resultados obtidos em localidades espanholas em que houve comícios participados durante a campanha.

Também no Estado espanhol
Essas dúvidas viram-se confirmadas ontem pelas numerosas denúncias de irregularidades que chegaram ao Gara ao longo do dia a partir de diversos pontos do Estado espanhol, todas elas relativas à contagem ou ao registo dos votos da candidatura da II-SP.

125 000 brancos e 62 000 votos nulos a mais
Outro elemento que chama a atenção nos dados apresentados pelo Ministério do Interior é que nas eleições de domingo se registaram 220 179 votos brancos, contra os 95 014 das eleições de 2004, um aumento a todos os títulos inexplicável.

Outro tanto se passa com os votos nulos, que há cinco anos foram 35 151 (excluindo os 119 058 obtidos pela HZ). Já nestas últimas eleições o número de votos nulos atinge os 98 079. Ou seja, sem que exista uma explicação aparente, e numa eleições marcadas pela abstenção, os votos nulos passaram a ser mais 62 928.

Fonte: Gara

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Comunicado da Iniciativa Internacionalista sobre possível fraude eleitoral

http://www.iniciativainternacionalista.org