segunda-feira, 29 de junho de 2009

Terras como Hernani ou Arrasate enchem-se de fotos de presos


A ofensiva contra as fotos de presos políticos bascos liderada pela Ertzaintza está a ter o efeito exactamente oposto ao pretendido em localidades que celebram as suas festas. É o caso de Hernani ou Arrasate, em que se puderam ver milhares de autocolantes com os rostos dos prisioneiros da terra em t-shirts, paredes, candeeiros... Mas a escalada não pára. Anteontem, em Gros (Donostia), um jovem foi detido por levar um acessório com fotos de presos.

A campanha anunciada pelo governo de Patxi López para eliminar da paisagem qualquer mostra de apoio aos presos bascos, sobretudo nas localidades que celebram as suas festas, contou esta semana com várias irrupções da Ertzaintza em Hernani e Arrasate para retirar faixas ou cartazes. Estas actuações tornaram-se uma notícia diária para os meios de comunicação, mas o que não divulgaram foi a resposta dos habitantes.

Na verdade, tanto em Hernani como em Arrasate as pessoas afirmam que a presença de imagens dos presos políticos bascos nas ruas tem sido mais intensa que nunca. Os hernaniarras distribuíram milhares de pequenos autocolantes com os retratos dos 29 presos políticos bascos da localidade, que estiveram omnipresentes durante estas festas de São João em peças de vestuário ou nas infra-estruturas urbanas.

O mesmo se passou em Arrasate. Depois de no sábado ter alcançado grande difusão mediática o mandato da Ertzaintza à autarca da esquerda abertzale para que fossem retiradas algumas faixas e cartazes, o Movimento pró-Amnistia fez saber que “as paredes apareceram repletas de autocolantes a favor dos presos da terra, e que se colocaram novamente fotografias nas txosnas”.

Além disso, no sábado cerca de 250 pessoas juntaram-se para denunciar a pressão da Ertzaintza e das ameaças à autarca.

Três detidos, em liberdade
Ainda neste contexto, ontem soube-se que um jovem foi detido no sábado na Rua Berminghan, no bairro donostiarra de Gros por levar “um lenço e autocolantes” de presos políticos bascos, questão que o Departamento do Interior de Lakua considera que pode servir para o acusar de “enaltecimento”. [Pronto, e assim governam “Euskadi”!]

Esta fonte afirmou ainda que o jovem saiu em liberdade, tal como os dois que foram presos na Euskal Jaia que se realizava no bairro de Amara e contra os quais se formula uma acusação similar. O Departamento do Interior afirmou que os três têm de se apresentar periodicamente no tribunal.

Fonte: Gara

Acusam ertzainas de deter, despir e fotografar um jovem nas festas de Mungia

Um jovem foi detido pela Ertzaintza na madrugada de sábado em Mungia (Bizkaia) quando saía do recinto das txosnas [barracas de festa] e se dirigia para casa. A detenção ocorreu depois de agentes municipais da localidade terem perseguido (sem resultados, ao que parece) pessoas que tinham a cara tapada e que andavam a pintar inscrições.

O Movimento pró-Amnistia da localidade fez saber que o jovem detido foi maltratado, de forma humilhante, na esquadra de Gernika (para onde foi levado), já que o despiram por completo e lhe tiraram fotos de todo o corpo, além das impressões digitais. Permaneceu sob incomunicação até às 9h30 e, durante a primeira hora e meia da detenção, a sua família não foi posta ao corrente. Este Movimento criticou tanto a atitude da Ertzaintza como a utilização política da Polícia Municipal.

Fonte: Gara