sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dezenas de historiadores exigem às instituições que parem de esconder os «Sanfermines» de 1978

Se o ano passado foram profissionais do Direito a entrar na liça em vésperas do San Fermin, ontem 45 historiadores lembraram que o assalto policial às festas de 1978 continua excluído da história oficial. Por isso, pediram directamente às instituições navarras que facilitem a investigação do caso e que a incluam nos currículos educativos.

Alguns destes historiadores (Xabier Díaz Esarte, Mikel Sorauren, Josu Txueka, Anjel Rekalde) compareceram junto a membros da iniciativa que lembra aqueles acontecimentos, como Miren Egaña e Ramón Contreras. Este último equiparou a inacção das instituições a “um estado de shock permanente desde 1978. Não querem falar nem pensar sobre aquilo”.

Josu Txueka encarregou-se de resumir a exigência dos historiadores, que passa por que “as diversas instituições da nossa cidade e comunidade reconheçam a citada agressão para efeitos de inclusão em qualquer tipo de actuação oficial relativa à história do nosso povo, em geral, e das festas de San Fermin, em particular".

Txueka lembrou que, apesar de já terem passado 31 anos, os historiadores continuam a ter dificuldades para escrever a verdade sobre aqueles acontecimentos, e não só porque os dois sumários abertos foram fechados em falso, mas também porque continua vigente a Lei de Arquivos, que estabelece que os documentos oficiais não sejam desclassificados antes de terem passado 50 anos.

Num relato emotivo enquanto testemunha presencial das cargas, Mikel Sorauren afirmou que “aquele 8 de Julho foi uma versão da guerra de baixa intensidade do 18 de Julho de 1936. Queriam dar um correctivo a uma sociedade que aspirava realmente à liberdade e à democracia”.

Defensor e moção
Além disso, a iniciativa apresentou uma moção que será votada no Município, no dia 2, em que pede que seja criada uma Comissão da Verdade sobre o tema.
Os presentes desvelaram ainda que em Fevereiro o Defensor do Povo de Nafarroa rejeitou a petição da Iniciativa Sanfermines 78 Gogoan para que abordasse o caso. Argumentou falta de competências. Contreras definiu-o como “uma fuga taurina”.
R.S.

Fonte: Gara