Depois da reunião que mantiveram ontem, era uma conferência de imprensa para que o ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, e o conselheiro do Interior de Lakua, Rodolfo Ares, mostrassem a sua boa sintonia e uma melhor colaboração e coordenação entre a Guarda Civil e a Polícia espanhola e a Ertzaintza. Também estava no guião – tanto que Rodolfo Ares levava a resposta escrita – alguma referência à participação da Polícia autonómica em operações dentro do território do Estado francês. Questionado sobre o desaparecimento Jon Anza, Rubalcaba afirmou que as Forças de Segurança do Estado não têm nada a ver com o assunto e contra-atacou: “É um problema da ETA”.
Também anunciou especial vigilância sobre o TGV, o que indicia a decisão de continuar a esventrar Euskal Herria, mesmo depois de a ministra francesa do Interior, Michèlle Alliot-Marie, ter mandado suspender os estudos relativos ao projecto de alta velocidade entre Baiona e Hendaia, quebrando assim a ligação entre Hegoalde e Iparralde - decisão naturalmente saudada pelos opositores ao projecto (que ali são muitos) em ambos os lados do rio Bidasoa.
Fonte: Gara
Questão de hipóteses
Quando a ETA denunciou o desaparecimento do seu militante Jon Anza, acusou directamente os governos espanhol e francês, que o tinham sob controlo, e lembrou os tempos dos GAL e de outras actuações “das cloacas de França e Espanha”. Como resposta a isso, “fontes antiterroristas” puseram de imediato a circular a versão de que Anza tinha fugido com o dinheiro da sua organização. Foi essa a hipótese que ontem o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, procurou defender.
O que se sabe deste caso é que Jon Anza, depois de 21 anos preso, voltou a militar na ETA. Que no dia 18 de Abril apanhou um comboio e que nunca chegou ao seu destino. São possíveis diversas conjecturas sobre o que ocorreu, mas analisemos as duas que estão na mesa.
Segundo o ministro do Interior deixa entrever, um homem doente e quase cego anda por aí desde o dia 18 de Abril – há já dois meses – a gastar dinheiro que não é seu, sem que a Polícia francesa (podia ser um desses acasos que lhe acontecem com frequência), ou a Polícia espanhola, ou a sua família, ou a ETA o tenham conseguido localizar ou alcançar a mais pequena pista sobre o seu paradeiro. E este homem, depois do que fez segundo as “fontes antiterroristas”, tem de procurar alojamento e maneira de sobreviver sem poder contar com a infra-estrutura que a ETA possa ter.
Que hipótese é mais verosímil: a do suposto traidor transformado num super-homem não localizável ou a do regresso a velhas práticas das cloacas dos estados?
Iñaki IRIONDO
Fonte: Gara
Questão de hipóteses
Quando a ETA denunciou o desaparecimento do seu militante Jon Anza, acusou directamente os governos espanhol e francês, que o tinham sob controlo, e lembrou os tempos dos GAL e de outras actuações “das cloacas de França e Espanha”. Como resposta a isso, “fontes antiterroristas” puseram de imediato a circular a versão de que Anza tinha fugido com o dinheiro da sua organização. Foi essa a hipótese que ontem o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, procurou defender.
O que se sabe deste caso é que Jon Anza, depois de 21 anos preso, voltou a militar na ETA. Que no dia 18 de Abril apanhou um comboio e que nunca chegou ao seu destino. São possíveis diversas conjecturas sobre o que ocorreu, mas analisemos as duas que estão na mesa.
Segundo o ministro do Interior deixa entrever, um homem doente e quase cego anda por aí desde o dia 18 de Abril – há já dois meses – a gastar dinheiro que não é seu, sem que a Polícia francesa (podia ser um desses acasos que lhe acontecem com frequência), ou a Polícia espanhola, ou a sua família, ou a ETA o tenham conseguido localizar ou alcançar a mais pequena pista sobre o seu paradeiro. E este homem, depois do que fez segundo as “fontes antiterroristas”, tem de procurar alojamento e maneira de sobreviver sem poder contar com a infra-estrutura que a ETA possa ter.
Que hipótese é mais verosímil: a do suposto traidor transformado num super-homem não localizável ou a do regresso a velhas práticas das cloacas dos estados?
Iñaki IRIONDO
Fonte: Gara