quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ofensiva do Governo navarro contra as rádios ‘euskaldunes’

(Tasio-Gara)

A presença do director geral de Comunicação do Gobierno navarro, Joaquín Ortigosa, perante os meios de comunicação confirmou ontem que o Executivo de Miguel Sanz está a levar a sério a sua ofensiva para silenciar as emissoras euskaldunes. O requerimento contra a Euskalerria Irratia para que deixe de emitir desde Erreniega afecta também, curiosamente, a Euskadi Irratia e a Radio Euskadi, além de uma quarta: Radio María.

O anúncio da presença urgente de Ortigosa, depois de a notícia ter saltado para os órgãos de comunicação, fez pensar que o Governo navarro talvez apresentasse alguma solução para estas rádios. Mas foi exactamente o contrário. O director geral acusou-as de ser “reincidentes”, fez alusão à sua situação de ilegalidade e realçou que “o Governo actuará” se não deixarem de emitir a partir de Erreniega ou não mudarem de frequência. A desculpa é que afectam as comunicações do aeroporto de Noain, algo que a Euskalerria Irratia nega contundente.

Depois desta argumentação, a conferência de imprensa tornou-se uma altercação contínua entre os jornalistas e Ortigosa. Foi-lhe perguntado, entre outras coisas, se o Governo de Miguel Sanz não se preocupa com o facto de deixar os euskaldunes de Iruñerria [Comarca de Pamplona] sem qualquer emissora. Também lhe lembraram que a razão para apontar a Euskalerria Irratia como ilegal após 21 anos em antena assenta nas sucessivas irregularidades nos concursos. Mas Joaquín Ortigosa manteve a sua posição, e a única possibilidade que apresentou foi a de estas rádios continuarem a concorrer futuramente, em concursos que nem sequer estão agendados.

Não é só a Euskalerria Irratia que se sente discriminada de modo flagrante por esta situação. O responsável da EITB em Nafarroa, Mikel Donazar, revelou ontem que a empresa solicitou em Janeiro de 2008 a mudança da antena de Erreniega para o monte Ezkaba, sem que lhe fosse dada resposta. Todos estes entraves são habituais, mas nunca tinha havido uma ameaça de fechamento tão real como agora, embora Ortigosa tenha lembrado ontem por diversas vezes que o Executivo navarro nunca encerrou qualquer emissora. “Porque não possuem competência para tal”, respondeu-lhe o director da Euskalerria Irratia, Mikel Bujanda.

«Desculpas»
O Nafarroa Bai, a esquerda abertzale, a IUN e o sindicato ELA denunciaram com veemência este caso. Para a coligação, o Governo navarro “arranjou uma desculpa”. A esquerda abertzale solidariza-se com os trabalhadores da Euskalerria Irratia e fala de uma “política obsessiva de perseguição ao euskara” que obriga a “um trabalho conjunto para garantir o futuro da nossa língua”. O ELA, por seu lado, reivindica que “se garanta a pluralidade informativa”, tal como a IUN.

Não passa despercebido a ninguém o facto de o novo lehendakari, Patxi López, ir fazer uma visita a Miguel Sanz no próximo no sábado, numa reunião destinada a mostrar que ambos os executivos recuperam a boa sintonia.
R.S.

Fonte: Gara
nafarroan.com
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Iturri zaharretik / edaten dugu, / ur berria edaten, / hitz bizia aditzen, / beti berri den hitza / betiko hizkuntza zaharretik, / beti berri den hitza. / Iturri zaharretik / edaten dugu.

Bebemos água nova da velha fonte e ouvimos a palavra viva, palavra sempre nova da língua sempre velha. Bebemos da velha fonte.

Excerto de «Iturri Zaharretik», do (grande) álbum Ura, dos Oskorri – que o Governo navarro provavelmente não deve ouvir.