Dezenas de pessoas juntaram-se ontem na localidade navarra de Orbaitzeta para homenagear Mikel Zabalza, falecido em Novembro de 1985, depois de ser detido pela Guarda Civil.
O corpo sem vida de Zabalza apareceu, quase um mês depois da sua detenção, nas águas do rio Bidasoa, apresentando múltiplos indícios de torturas, depois de ter estado no quartel de Intxaurrondo. A Guarda Civil afirmou que se afogou quando tentava fugir.
Segundo Aldasoro, «a família, as amigas e os amigos de Mikel e Euskal Herria inteira têm direito à verdade, ao reconhecimento e à reparação», pois o caso de Mikel foi arquivado pelos tribunais espanhóis em 1988, reaberto em 1995, mas sem se chegar a qualquer conclusão.
Para Aldasoro, Mikel Zabalza é «uma das centenas de casos de sofrimento gerados pela violência que o Estado espanhol exerce sobre Euskal Herria». «O caso de Mikel é um das várias centenas que o Estado tem de esclarecer, reconhecer e reparar, no caminho para a construção de uma democracia e uma paz plenas», salientou.
«Sal na ferida»
Neste contexto, Aldasoro referiu-se à comemoração do Dia de Nafarroa - no próximo sábado -, criticando o «disparate» cometido pelo Executivo da UPN-PSN ao incluir nas comemorações a condecoração das FSE.
«É incrível que o Governo de Navarra distinga Forças de Segurança que são directamente responsáveis pela morte de dezenas de navarros, como Mikel Zabalza, e pelo sofrimento de muitos mais», destacou.
Na opinião do representante independentista, qualquer reconhecimento às Forças de Segurança do Estado «deita sal na ferida de muita gente que espera há anos por um mínimo de sensibilidade, por parte das instituições, para com a sua dor».
«Barcina, a UPN e o PSN devem dar uma volta de 180 graus na sua acção governativa em matéria de paz e normalização política», concluiu Aldasoro.
Fonte: Gara / Ver também: Agoitz Gorria