quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Etxerat afirma que 175 presos estão em condições de aceder à liberdade condicional

Apenas 8 dos 665 presos políticos bascos se encontram em prisões de Euskal Herria, segundo informou a associação de familiares e amigos.

Numa conferência de imprensa que decorreu ontem de manhã em Bilbo, a Etxerat deu informações sobre as «consequências» da política penitenciária vigente. Natxi Aranburu e Oihana Lizaso afirmaram que esta ainda se mantém «em claves de repressão, utilização e vingança».

Segundo informaram, os 665 presos políticos encontram-se dispersos por 71 prisões de sete estados diferentes. Só oito deles se encontram em prisões de Euskal Herria.

Há ainda onze presos políticos em regime de prisão atenuada, com doenças graves e incuráveis.

Neste sentido, lembraram os casos de Txus Martín, que continua preso, e de Ibon Iparragirre, a quem só foi aplicado o regime de prisão atenuada numa situação limite.

A Etxerat afirmou que 169 presos são preventivos e que 175 estão em condições de aceder à liberdade condicional. Disse ainda que, no Estado espanhol, a doutrina 197/2006 foi aplicada a 49 deles.

Os representantes da Etxerat referiram ainda que, «tal como acontece em Guantánamo, Abu Graibh ou nas prisões de Israel, as situações de isolamento ou solidão não são estranhas» aos prisioneiros bascos. Segundo afirmaram, doze presos políticos bascos encontram-se completamente sozinhos, e o regime de isolamento é «elevadíssimo».

A associação de familiares e amigos disse ainda que nas últimas semanas se deram «mudanças tímidas em sentido positivo», tanto a nível do reagrupamento nas secções de numerosas prisões do Estado espanhol como no do plano discursivo.

Contudo, as medidas «mais cruéis» da política penitenciária mantêm-se, pelo que exigiram aos governos de Madrid e Paris que apostem na construção de um «cenário de resolução que garanta em que se respeitem todos os direitos de todas as pessoas». / Fonte: Gara

Ver também: «O eleitorado de todos os partidos bascos, com excepção do do PP, apoia a aproximação dos presos», de Iñaki IRIONDO (Gara)
O eleitorado de todos os partidos bascos, com excepção do do PP, apoia de forma maioritária a aproximação dos presos e que se lhes sejam aplicados os mesmos benefícios que aos restantes reclusos, de acordo com um estudo efectuado com base na última sondagem do CIS.
Provavelmente, a ninguém causa estranheza que 100% dos eleitores da esquerda abertzale estejam a favor da aproximação das presas e dos presos bascos a Euskal Herria, mas já é significativo que 77,9% daqueles que disseram ter votado no PSE nas eleições para as Cortes de 2008 estejam «de acordo» ou «muito de acordo» com esta medida. Este é um dos detalhes de uma análise dos resultados apresentados pelo último barómetro do CIS, efectuado por uma firma de estudos sociológicos e ao qual o Gara teve acesso.

«O número de autocarros aponta para uma participação massiva em Bilbo» (Gara)
O número de autocarros organizados para a manifestação em defesa dos direitos dos presos políticos de sábado que vem faz prever uma enorme participação. Na mobilização do ano passado, que juntou cerca de 64 000 pessoas, de Iruñerria partiram catorze autocarros. Este ano, já estão confirmados 20, um número que pode aumentar nos próximos dias. Para além disso, vão partir autocarros de localidades onde não se tinham organizado em anos anteriores.

«Solidariedade frente aos muros das prisões na Bretanha» (askapena.org)
Segundo informam membros do Comité breton de solidarité avec le peuple basque, entre 70 e 80 pessoas juntaram-se em frente aos muros da prisão de mulheres de Rennes (Bretanha) no dia 31 de Dezembro, às 23h30, com bandeiras da Bretanha, ikurriñas e bandeirolas a favor da aproximação das presas políticas.
De forma a passarem a sua solidariedade para o interior do presídio, onde se encontram quatro prisioneiras políticas bascas, os solidários bretões acenderam very lights e agitaram as bandeiras durante uma hora, dando assim início ao ano de 2012. / Foto: kazeta.info

Leitura:
«La pedagogía del oprimido», de Jesus VALENCIA (Gara)
No cabe duda de que será colosal. Todo apunta a que la marea humana del día 7 desbordará Bilbao. Hace ya muchos días que miles de personas trabajan afanosamente para que así sea. Pueblos y barrios se organizan para llenar autobuses, los ayunos se suman a las concentraciones y estas a las marchas; incontables paredes de Euskal Herria están cubiertas con carteles que pregonan la cita.