domingo, 17 de junho de 2012

20 000 pessoas reclamam em Iruñea a independência de Euskal Herria

Depois de 500 anos de conquista e invasão, queremos ser homens e mulheres livres», proclamaram no acto que pôs um ponto final à marcha nacional que ontem se realizou em Iruñea, para assinalar o quinto centenário da conquista castelhano-aragonesa de Nafarroa.

Vídeos: Martxa Nazionala Iruñean (naiz.info) / (BerriaTB)

Fotos: Nafarroa Bizirik Dirau (ekinklik.org) / (askapena.org)

A marcha nacional de ontem foi uma das mobilizações mais participadas nos últimos tempos na capital navarra. Cerca de 20 000 pessoas - a Polícia Municipal apontou para 15 000 - percorreram as ruas do centro de Iruñea para recordar que há 500 anos um reino independente foi conquistado pelas armas.

O porta-voz da Nafarroa Bizirik, Patxi Abasolo, salientou que os «milhares de navarros de toda Euskal Herria que se reuniram na capital do velho reino não renunciam a ser donos do seu futuro, do seu passado nem do seu presente».

Abasolo sublinhou: «este ano não temos nada para celebrar, porque as conquistas não se celebram, na medida em que são um acto violento que nada têm a ver com a livre adesão que nos querem vender aqueles que fazem uma leitura interessada. Aquilo que estamos a festejar é o facto de, 500 anos depois, aqui existir um povo que continua vivo».

Depois de realçar o contexto, o porta-voz da Nafarroa Bizirik perguntou «porque se tem tanto medo de que os navarros reivindiquem o direito a decidir o seu futuro» e criticou o facto de a UPN ter apresentado a conquista de 1512 como «a única forma de entender os sentimentos de lealdade a Espanha», em alusão a um acto que realizou recentemente em Madrid.

«Andam há séculos a tentar impor-nos uma Navarra subjugada, escura e triste», acrescentou, salientando que os mandatários da Nafarroa de hoje, «500 anos depois da conquista, fazem 500 quilómetros para mendigar como servos».

Lembrou que, para além de Nafarroa, povos do Norte de África, da Andaluzia, da América ou da Flandres também foram alvo de conquista, ocupação e colonização naquela época, mas que muitos deles conseguiram pôr fim a esse jugo.

O porta-voz da Nafarroa Bizirik explicou que esta plataforma trabalha há quatro anos graças ao apoio de inúmeras pessoas. «Somos um movimento popular - disse - que teve de fazer frente à irresponsabilidade das instituições, que se empenharam em justificar o inexplicável».

Deste modo, referiu que se conjugaram debates historiográficos com os que se referem à natureza das relações que Euskal Herria deve ter com os estados espanhol e francês. / Fonte: naiz.info

Ver também a crónica detalhada: «Uma grande marcha nacional reclama a independência de Euskal Herria em Iruñea», de Martxelo DÍAZ (Gara)

Ainda: «Nafarroa e os povos do mundo marcham em Iruñea e reclamam a independência» (askapena.org)
Na coluna internacionalista viram-se nomes e bandeiras das nações que conseguiram a independência do império espanhol. Povos originários e nações sem estado também se juntaram à reivindicação que teve lugar na capital histórica de Euskal Herria.

«Nafarroako kateak kentzera», de Joxerra SENAR (Berria)